Presidenciáveis (41)
Vítor Constâncio
Tem um ar grave e circunspecto, a condizer com os reposteiros presidenciais. O cachimbo fica-lhe bem. E há quem jure que percebe imenso de contas públicas - embora neste caso a doutrina se divida. Nativo do signo Balança, 71 anos. Já foi ministro das Finanças, como sucessor de Medina Carreira, governou o Banco de Portugal em tempo de previsões falhadas e ocupa hoje uma das vice-presidências do Banco Central Europeu. No PS, que contou sempre com o seu aval de especialista em operações de adição e subtracção, encontraria certamente alguns apoios: convém recordar que Vítor Constâncio chegou a ser secretário-geral do partido, entre as lideranças de Mário Soares e Jorge Sampaio.
Prós - Resiste incólume às intempéries. O descalabro das contas públicas - portuguesas e europeias - não lhe causou até agora um só cabelo branco.
Contras - Em 1987, com um lapidar erro de cálculo político, ofereceu de bandeja ao PSD a primeira maioria absoluta de Cavaco Silva: os militantes socialistas dotados de boa memória ainda não se esqueceram disto. Se fosse para Belém, perderia muito dinheiro: tem um salário milionário como vice-presidente do BCE.