Presidenciáveis (36)
José Ribeiro e Castro
É uma das vozes mais respeitáveis da Assembleia da República, embora olhado de soslaio por vários sectores do seu próprio partido. José Ribeiro e Castro, enquanto deputado do CDS, tem-se batido pelas causas em que acredita, à margem de orientações oficiais. Foi um crítico tenaz da abolição dos quatro feriados nacionais - com destaque para o 1º de Dezembro, dia da restauração da independência - e não esconde a sua oposição ao chamado "acordo ortográfico", aliás em consonância com a esmagadora maioria dos escritores e dos linguistas portugueses. Há dias, voltou a quebrar a ortodoxia partidária ao tornar-se o único deputado das bancadas da maioria a votar contra a lamentável "tróica linguística", que exclui o nosso idioma dos registos de patentes a nível comunitário.
Há quem pense que devia haver mais deputados como este jurista de 61 anos, signo Capricórnio - mais fiéis à vontade do eleitorado do que à disciplina interna dos partidos políticos. Naquela que promete ser a mais concorrida eleição de sempre para Belém, porque não também participar nela alguém que é de direita sem jurar que é do centro?
Prós - Pertence ao elenco de fundadores do CDS e foi colaborador directo daquele que hoje todos consideram a figura mais consensual da história do partido: Adelino Amaro da Costa. Tem um longo currículo político (iniciado como jovem deputado, em 1976) e não esconde o que pensa, atributo raro na vida pública portuguesa.
Contras - Liderou o CDS, entre 2005 e 2007, mas esse consulado no Caldas foi tão agitado como breve. Azul na política mas encarnado no futebol, assumiu funções de vice-presidente do Benfica, ainda por cima numa fase nada saudosa da vida do centenário clube, o que afugentará eleitores de outras simpatias clubísticas.