Presidenciáveis (29)
Carlos Monjardino
Foi um dos mais jovens banqueiros portugueses. Fez parte do núcleo de organizadores da campanha presidencial de Mário Soares, em 1985-86, como director financeiro. Assumiu a pasta da Economia e Finanças do Executivo de Macau, onde serviu largos meses como encarregado do Governo. Da relação de amizade que forjou com Stanley Ho nasceu a milionária Fundação Oriente.
Carlos Monjardino está habituado a lidar com milhões, mas sempre foi um homem de esquerda. É um socialista sem partido, como costuma dizer de si próprio este capricorniano de 72 anos. Uma espécie de Manuel Alegre sem poesia. Com a vantagem de poder contar com o apoio aberto e entusiástico de Soares, ao contrário do que sucedeu com Alegre em 2006.
Prós - É um cidadão do mundo, que jamais falaria "inglês técnico" ao ser recebido na Casa Branca ou "francês técnico" nas visitas ao Eliseu. Sabe ler um Plano de Estabilidade e Crescimento do princípio ao fim. E não teria dificuldade em conseguir financimento para uma campanha eleitoral. Soares votaria nele.
Contras - A ligação a Stanley Ho torná-lo-ia num alvo permanente do sarcasmo de Ana Gomes e dos decibéis de Catarina Martins. Alguma esquerda mais radical não tardaria a acusá-lo de advogar a "economia de casino" no País. Alegre talvez produzisse dois sonetos contra a plutocracia. Soares votaria nele.