Presidenciáveis (28)
Paulo de Morais
Há quem sonhe com um justiceiro em Belém. E ninguém merece mais este rótulo do que o vice-presidente da associação cívica Transparência e Integridade, Paulo de Morais, que em 2001 Rui Rio arrancou a uma pacata existência como docente de Estatística e Matemática ao torná-lo seu efémero braço direito na Câmara Municipal do Porto, com os pelouros da habitação e urbanismo.
Este minhoto de 51 anos, signo Capricórnio, não tardou a trocar a Avenida dos Aliados pelos ecrãs televisivos e pelas colunas dos jornais, onde vai expressando o seu imenso nojo por quase tudo quanto mexe na política.
É um discurso muito sintonizado com o ar do tempo. Ajuda a captar audiências e agrada a muita gente disposta a "pôr fim a esta bandalheira" - seja lá o que isso for.
Prós – Tem a pose grave e o gesto solene de quem se dispõe a qualquer sacrifício para regenerar o País. Mantém lugar cativo no Correio da Manhã, tanto na versão televisiva como na edição em papel.
Contra – A sua retórica cruza por vezes em excesso o discurso do taxista com a prédica do tele-evangelista. Em certos momentos abusa do odor a santidade: chega a ser cansativo ver tanta virtude concentrada numa pessoa só.