Presidenciáveis (16)
Fernando Nobre
À segunda será de vez? O presidente da Ajuda Médica Internacional candidatou-se a Belém em 2011, sem apoios partidários, e obteve um terceiro lugar, com 14% dos votos. Surpreendendo assim os "analistas políticos" do costume - incapazes de enxergar o óbvio, especialistas em acertar no totobola à segunda-feira - que lhe vaticinavam uma percentagem microscópica nas urnas.
Fernando Nobre concorreu de seguida às legislativas, como independente nas listas do PSD. Viria a ser eleito mas renunciou ao mandato depois de falhar a eleição para a presidência da Assembleia da República. Foi um manifesto erro de casting: aquele não era o seu filme.
Desde então regressou àquilo em que mais se notabilizou: o auxílio a países e povos desfavorecidos. É particularmente reconhecida a sua ligação a África. Foi, aliás, em Luanda que há 63 anos nasceu este sagitariano, João Semana dos novos tempos, cujo raio de acção é a aldeia global.
O seu nome volta a circular nos bastidores políticos. Mas será possível um bom samaritano chegar ao Palácio de Belém?
Prós - A generosidade e o altruísmo de que tem dado provas ao longo da sua longa carreira médica, o que o distingue de outros portugueses que falam, falam, falam e a gente não os vê a fazer nada.
Contras - Para alguns, o coração deste clínico bate demasiado à esquerda; para outros, que não lhe perdoam a aproximação episódica ao PSD, o seu prognóstico é muito reservado.