Presidenciáveis (13)
António Vitorino
Nativo de Capricórnio, será sempre um nome a ter em conta: a opinião dele pesa no PS. Poucos ainda se lembram que António Vitorino entrou no partido pela ala esquerda, vindo da UEDS de Lopes Cardoso: hoje é um dos expoentes da ala direita, que vê a velha guarda não como um trunfo mas como um empecilho para o futuro do partido. Este qualificado jurista de 58 anos - na opinião de muitos, uma das personalidades mais brilhantes do PS, com as funções de vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, juiz do Tribunal Constitucional e comissário europeu a dourarem-lhe o currículo - seria certamente aplaudido com mais entusiasmo pelo aparelho socialista do que aconteceu com Manuel Alegre em 2011.
Bastava querer. Alguma vez quererá?
Prós - Tem um discurso fluente, embora fale com excessiva rapidez para o entendimento de alguns, que não lhe acompanham o raciocínio. Sabe bem o que quer e para onde vai - e conhece a importância das pontes em qualquer trajecto. É relativamente jovem, mas com melhor currículo do que muitos veteranos.
Contras - A política parece seduzir cada vez menos este socialista definitivamente convertido à economia de mercado. Mário Soares talvez o encare como expoente de "neoliberalismo". Nas "fotos de família" da União Europeia corria o risco de não ser visto se alguém cometesse a maldade de o colocar na segunda fila.