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Delito de Opinião

Por um referendo na freguesia dos Olivais

jpt, 29.11.19

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A história é simples: a Câmara de Lisboa decidiu instalar a EMEL na freguesia de Olivais. Escolhendo um modelo todo desatento às características urbanísticas (espaciais e sociológicas) do "bairro". A presidente da Junta (PS) desde há anos garantira que sob sua presidência a EMEL nunca seria instalada, e disso também fez argumento de campanha eleitoral. Tudo isso foi varrido, e aí já está o processo de instalação do parqueamento pago. Com efeitos brutais na mobilidade/sociabilidade dos habitantes de tão peculiar freguesia. Para se justificar diz a presidente Rute Lima (entretanto candidata à AR por Lisboa) que os opositores à EMEL são "comunistas", e assim segue ufana no desdizer-se.
 
Não se trata apenas da rapina económica (impostos e taxas) estatal. Nem só do alijar das responsabilidades camarárias na situação automóvel - nas últimas três décadas a construção imobiliária, de estações de metro, e o crescimento do aeroporto, nunca foram conjugados com o do estacionamento (parques ou silos).
 
É pior ainda: pois as instâncias camarárias foram forçadas a aprovar a realização de um referendo aos fregueses para decisão sobre a instalação da EMEL. E estão a protelar a sua realização enquanto vão instalando o parqueamento pago. Ou seja, não é pura irresponsabilidade camarária, não é pura demagogia dos políticos. É mesmo violação dos procedimentos legais democráticos. O partido do poder, no centro de Lisboa, a comportar-se assim. E o (empobrecido) cidadão que pague, cada vez mais. Sem qualquer racionalidade, sem considerações do impacto social destas medidas punitivas, sem procurar desenhar modalidades menos agressivas.
 
Hoje, sexta-feira, depois do horário de trabalho, às 19 horas, é de ir até ali à Encarnação/Olivais Norte, diante da sede da Junta. Para exigir a realização do referendo. E depois que a população freguesa diga do seu entender: se sim, se não, e como. Mas, acima de tudo, para recusar que o poder político continue a tentar fintar o povo. Demagogicamente.
 
Por isso clamo: "De pé, ó vítimas da fome"! E lá estarei, ombreando com o "sal da terra". Contra esta gente.

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