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Delito de Opinião

Políticas de identidade: supremacismo ignorante

Tiago Mota Saraiva, 29.07.19

imagem via facebook de Ricardo M. Santos

Fernanda Câncio pode-se enganar? Claro que sim.
O que se sublinha são dois erros de facto. Ninguém, à excepção de Câncio, atribui a Lénine uma das mais emblemáticas frases do Manifesto do Partido Comunista - "Proletários de todo o mundo, uni-vos!" - e poucos serão os que confundem uma categoria de classe social - proletário - com identidade.
O problema destes erros é que Câncio tem escrito frequentemente sobre o comunismo e comunistas a partir de uma posição de superioridade intelectual que não lhe permite errar naquilo que são as mais básicas noções sobre o tema.

Ora, a sua resposta ao coro de críticas coloca a questão noutro plano.
Câncio não entende que deva pedir desculpas públicas mas sim atacar quem se indignou com os seus erros boçais. Tal como outros que vão ocupando os vários "lugares da fala", Câncio pensa que a medida do seu sucesso é o número de partilhas e "followers". Os que a criticam devem ser tratados como autoritários, burros ou machistas de modo a obter a solidariedade militante - quanto mais não seja pelo silêncio - das várias "identidades" em que Câncio diz estar inscrita. Na ansia de visibilidade o que importa é publicar textos sensacionalistas e estridentes na certeza que o erro será esquecido assim que conseguir espoletar nova polémica com muitas visualizações.
Noutros tempos, Câncio estaria protegida por bons revisores de texto que não deixariam passar estes erros gritantes mas nesta época de consumo rápido rareiam proletários para esconder a ignorância das elites.

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