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Delito de Opinião

Plural masculino genérico

Pedro Correia, 22.04.20

Tudo quanto é mau tem um lado bom, sempre ouvi dizer.

Quase nada de bom consigo associar a esta pandemia que destrói vidas, poupanças, empresas e empregos. Excepto no linguajar oficial imposto pela correcção política, que confunde sexo com género. Acabaram, ao que parece, as incontáveis duplicações de substantivos ignorando a norma gramatical que entende como genérico o plural masculino. Andámos anos a ouvir certos políticos matraquearem a pleonástica fórmula «portugueses e portuguesas, trabalhadores e trabalhadoras, funcionários e funcionárias, todos e todas».

Isto parece pertencer já ao passado. 

Tenho escutado mais conferências de imprensa neste mês de reclusão forçada do que em todo o ano que ficou para trás. Até ao momento não ouvi ninguém dizer «infectados e infectadas, desalojados e desalojadas, detidos e detidas, hospitalizados e hospitalizadas, recuperados e recuperadas, falecidos e falecidas». O velho plural masculino afinal sempre continua a revelar utilidade na comunicação política.

Antes assim.

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