Plural masculino genérico
Tudo quanto é mau tem um lado bom, sempre ouvi dizer.
Quase nada de bom consigo associar a esta pandemia que destrói vidas, poupanças, empresas e empregos. Excepto no linguajar oficial imposto pela correcção política, que confunde sexo com género. Acabaram, ao que parece, as incontáveis duplicações de substantivos ignorando a norma gramatical que entende como genérico o plural masculino. Andámos anos a ouvir certos políticos matraquearem a pleonástica fórmula «portugueses e portuguesas, trabalhadores e trabalhadoras, funcionários e funcionárias, todos e todas».
Isto parece pertencer já ao passado.
Tenho escutado mais conferências de imprensa neste mês de reclusão forçada do que em todo o ano que ficou para trás. Até ao momento não ouvi ninguém dizer «infectados e infectadas, desalojados e desalojadas, detidos e detidas, hospitalizados e hospitalizadas, recuperados e recuperadas, falecidos e falecidas». O velho plural masculino afinal sempre continua a revelar utilidade na comunicação política.
Antes assim.