Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

Penso rápido (74)

Pedro Correia, 15.10.15

989952[1].jpg

 

Não admira que muitos socialistas, das mais diversas sensibilidades internas, salientem o óbvio: no actual elenco parlamentar não estão reunidas condições objectivas para o PS impor as regras do jogo, como se fosse o dono da bola. Sabem que um partido só com 86 deputados não pode ditar as regras à força política que obteve 107 mandatos no Parlamento. Não estamos perante uma diferença mínima: há 21 deputados de diferença. Mais do que todo o grupo parlamentar do BE, que agora atingiu a maior expressão de sempre.

Um putativo governo PS, para aspirar à maioria tangencial na AR, precisaria de somar aos seus 86 deputados os 19 do BE mais os dois dos Verdes eleitos à boleia do PCP. E mesmo assim ficaria empatado com PSD+CDS. Precisaria do Partido dos Animais para desempatar. Os comunistas, claro, permanecerão onde sempre ficaram: como força de protesto, correndo em pista própria. "Contarão com a oposição do PCP", já advertiu o dirigente comunista Jorge Cordeiro, referindo-se a todas as medidas que lesem "os interesses dos trabalhadores" na óptica da Soeiro Pereira Gomes. Nada menos imprevisível...

Num cenário desses (o maior brinde político a que poderia aspirar Passos Coelho a curto prazo), quantas entrevistas Costa deveria dar ao Financial Times, à  France Presse e à  Reuters para comunicar à Europa que esta improvável coligação PS+BE+PEV+PAN constituiria um governo firme, coeso e sólido?

Como disse Mário Soares no livro-entrevista a Maria João Avillez ao recordar a crise política de Abril de 1987, quando PS, PRD e PCP se juntaram para derrubar o executivo minoritário de Cavaco Silva (derrube que conduziu a eleições antecipadas, seguidas de oito anos de maioria absoluta do PSD), "a expectativa do poder cega os políticos que os deuses querem perder".

11 comentários

  • Imagem de perfil

    Pedro Correia 15.10.2015

    Viva, Dupond. Vocês escrevem sempre em duplicado?
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 15.10.2015

    Ficam-lhe mal as respostas que dá. Um jornalista que está única e simplesmente a fazer tudo por tudo, por um partido e zomba dos outros, não está a fazer aquilo que jurou fazer enquanto jornalista. Deontologicamente sabe que não é correcto, o que faz, mas fá-lo como se já fosse jornalista e passasse a ser apenas um político.
  • Imagem de perfil

    Pedro Correia 15.10.2015

    Parem as máquinas. Uma "fonte anónima" dá-me lições de deontologia.
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 15.10.2015

    Não lhe dou lições deontológicas, já é bem crescido para saber aquilo que faz. Apenas o alerto que do lado de cá, também sabemos o que é e deve ser, um jornalista. A sua missão é informar e elucidar e é isso que parece ter esquecido.
  • Imagem de perfil

    Pedro Correia 15.10.2015

    Você esqueceu-se de se identificar. Já que gosta de escrever a palavra "elucidar", elucide-me sobre a sua identidade.
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 15.10.2015

    Sou o Manuel Albuquerque. Conhece? Claro que não. Como não conhece o V, o J, o João, a Maria, a Rita ou o Joaquim. Todos temos o direito de concordar e discordar, uns dos outros, não podemos é dar respostas de gozo e de faz de conta.
  • Imagem de perfil

    Pedro Correia 15.10.2015

    Essa agora... Então você, anónimo, digna-se outorgar ou retirar direitos aos outros - ainda por cima em casa alheia!
    Tire daí o sentido. Eu respondo como quero e nos termos que entendo. Se gosta de permanecer anónimo, espero que isso lhe faça bom proveito. Mas os comentários anónimos, em regra, merecem-me a mesma consideração das cartas anónimas: nenhuma.
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 16.10.2015

    Tem toda a razão, em casa alheia quem manda é o dono. O dono tem é de dar o mesmo tratamento a todos que por aqui passam, pois são eles que lhe dão a satisfação de ser visitado e por essas visitas, manterem o blog em franca actividade, quando muitos desses visitantes são os tais anónimos que desconsidera. Quando assim é, tem de se ter mais diplomacia por quem nos visita, sejam eles amigos, conhecidos, desconhecidos ou virtuais e não menosprezar o anónimo o V, o Bi, Joaquim, Mimi, o Bi que hoje é Bi e amanhã é Tito. É uma virtude enorme sabermos aceitar aquilo que não queremos ouvir e aquilo que menos gostamos. Estou convencido de que tem essa virtude e que o comentário que fez foi num acto impensado.
  • Imagem de perfil

    Pedro Correia 16.10.2015

    Lamento decepcioná-lo, mas quem decide como é que devo gerir o blogue sou eu próprio.
    Certamente por lapso, abre o seu comentário com esta frase: "Tem toda a razão, em casa alheia quem manda é o dono."
    Não é em casa alheia: é em casa própria.
  • Sem imagem de perfil

    Benevenuto 16.10.2015

    Pedro eu também acho. Olha a quererem mandar na sua casa. Já agora... você é que manda aqui. Você é o dono disto, manda. Só acho uma coisa, é que se disserem todos o mesmo, isto deixa de ter interesse e deixam de vir aqui.
  • Comentar:

    Mais

    Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

    Este blog tem comentários moderados.