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Delito de Opinião

Penso rápido (53)

Pedro Correia, 29.09.14

António Costa falhou o primeiro passo na construção da unidade do partido quando ontem à noite, no discurso da vitória eleitoral, ignorou o nome de António José Seguro. Esta omissão não honrou as melhores tradições do sistema democrático, onde tão importante como saber perder é saber ganhar.
O futuro secretário-geral precisará dos seguristas para construir a nova maioria que ambiciona. Inútil fazer charme para fora das fronteiras do PS enquanto não assegurar a unidade interna.
Concorde-se ou discorde-se da sua actuação e do seu estilo, Seguro liderou o partido durante mais de três anos muito difíceis, em que mais ninguém se dispôs a fazê-lo. Três anos muito difíceis devido ao estado de emergência financeira em que Portugal se encontrava. Três anos muito difíceis para o PS enquanto partido da oposição num quadro político dominado pelo memorando negociado e assinado pelos próprios socialistas quando ainda eram governo, antes do mandato de Seguro. Três anos em que, apesar disso, o PS registou três vitórias eleitorais -- nas regionais açorianas, nas autárquicas e nas europeias.
Há uma tendência crescente para a perda de memória na política portuguesa. Até por isso convém ir lembrando alguns factos essenciais. Como estes.

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