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Delito de Opinião

Penso rápido (33)

Pedro Correia, 29.07.14

Os acontecimentos mais dramáticos da história mundial podem começar por um motivo fútil. Isto não os torna menos relevantes: uma coisa nada tem a ver com outra. Tal como alguns dos ditadores mais sanguinários de que há memória, à partida, nada tinham de psicopatas: eram homens comuns. Isso não os tornava menos perigosos, longe disso.
O facto é que ninguém -- mesmo ninguém -- fazia a menor ideia, naquele período tão optimista da história mundial, da tragédia que estava prestes a acontecer no início do Verão de 1914. Dois tiros fatais disparados em Sarajevo por um anarquista sérvio contra o herdeiro do trono austro-húngaro e sua esposa, a duquesa de Hohenberg, produziram uma onda de morticínios em cadeia até atingir cerca de 20 milhões de mortos.
Se alguém adivinhasse as consequências, nem Gavrilo Princip teria assassinado Francisco Fernando e Sofia a 28 de Junho de 1914 nem os imperadores e os arquiduques e os presidentes teriam desencadeado a linguagem bélica nas semanas subsequentes nem a imprensa teria incentivado os nacionalismos de turno com algumas das manchetes mais demagógicas, parioteiras e chauvinistas que o mundo conheceu até hoje.
A I Guerra Mundial não era inevitável à partida: tornou-se inevitável pela infinita estupidez humana.

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