Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

Pensamento da semana

Pedro Correia, 02.11.25

A literatura de antecipação pensa sempre o futuro como pesadelo distópico ou apocalíptico. Nunca há nela amanhãs que cantam. O marxismo, antes de fracassar na política, começou a falir na literatura.

Este pensamento acompanhou o DELITO DE OPINIÃO durante toda a semana

74 comentários

jo 27.10.2025

O capitalismo não se sai melhor nas distopias de antecipação.
Pedro Correia 27.10.2025

Deve ser por isso que centenas de milhões de pessoas fogem do capitalismo rumo às "sociedades socialistas".
jo 27.10.2025

Falam-lhe em alhos e responde com bugalhos.
Sociedades capitalistas não são só os países ricos. O reverso da imagem são os milhões que fogem de países que com a sua pobreza e subdesenvolvimento tornam esses países ricos. O horror económico e social em que se tornou parte de África e da América Central não é devido ao comunismo.
Acho sempre piada aos gaiatos que gritam sobre o seu próprio povo: Castiga-os que eles merecem, e vê lá se mandas umas migalhas para mim! Por cá chamam-lhe passistas.
Pedro Correia 27.10.2025

Ah, os oito milhões que já fugiram da Venezuela fogem do capitalismo.
E os quase quatro milhões que já fugiram de Cuba fogem do capitalismo.
E os desgraçados da Coreia do Norte que conseguem chegar ao Sul sem levar um tiro mortal fogem igualmente do capitalismo.

Do Sul para Norte, na Coreia, não foge ninguém pelo mesmo motivo que não havia fugas da Alemanha Ocidental para a defunta RDA entre 1949 e 1989: gente masoquista, que prefere viver no inferno em vez de mergulhar no paraíso.

Vocês, comunistas, parecem o tipo da anedota, que seguia sozinho em contramão na auto-estrada. Vivem numa realidade paralela, incapazes de ver a realidade.

Os eleitores percebem isso muito bem. Daí nunca terem vencido uma eleição para o Governo nacional ou os governos regionais em meio século de democracia.
Carlos Marques 30.10.2025

Ninguém fugiu do "marxismo" na Venezuela.
Houve fascistas que fugiram dos anti-fascistas!
Houve traidores que fugiram dos anti-imperialistas!
E há inocentes que fogem do terrorismo económico que são as sanções/bloqueio imperial contra a Venezuela.

É engraçado que, desde o GENOCÍDIO no Vietname, estes países menos capitalistas e mais soberanistas são sempre "falhanços" e, na meste sem vergonha dos "democratas" Liberais, a culpa nunca é dos mísseis da NATO=EUA nem é do terrorismo económico que causa sofrimento ainda mais generalizado.

Eu tenho um sonho: um dia, os "democratas" Liberais vaõ ganhar um pingo de vergonha na cara!
Mas ainda estamos muito longe desse sonho.

Quanto ao "marxismo que fracassou na política", vá lá dizer isso à maior economia do Mundo, com mais comboios de altíssima velocidade do que a Europa toda, que acabou com a pobreza, e que lidera a criação de um Mundo melhor (pós "rules based world order" aka império genocida ocidental, e para tal NUNCA teve nem se fazer guerras de agressão, nem golpes de mudança de regime, nem (neo)colonialismo e roubo de recursos!

Foi o Marxismo que possibilitou isto. Em apenas alguns anos de existência!

Não foi o Capitalismo, em SÉCULOS de falhanço atrás de FALHANÇO, fomes na Irlanda e na Grande Depressão, fomes AINDA nos países Africanos capitalistas vítimas do (neo)colonialismo ocidental, e pobreza extrema por todo o lado, sempre de mãos dadas com uma desigualdade pornográfica.

Felizmente não há só Marxismo e Capitalismo. Há mais coisas e há sistemas mistos que funcionam muito bem, como por exemplo a Social-Democracia clássica do modelo Nórdico, com distribuição de riqueza assegurada pelos SINDICATOS da MAIORIA dos cidadãos (Sistema de Ghent), e normalmente com moedas nacionais, e de preferência de fora da UE.

Mas se tivesse de escolher entre um mal absoluto (capitalismo) e um mal menor (marxismo, uma resposta para o mal absoluto do capitalismo), seria fácil para qualquer pessoa decente e bem informada, escolher o Marxismo.
Antes do marxismo, o capitalismo era ainda pior, pois não tinha que competir com mais nenhum modelo, e o resultado era este:
- escravatura e total ausência de direitos laborais. Só os temos graças à USSR, pois os facho-capitalistas ocidentais ficaram com medo que o povo por cá também abrisse os olhos e exigisse mudanças de regime;
- pessoas em Nova Iorque a venderem os filhos para poderem comer um pão. A USSR, com a sua reforma agrária e planeamento, garantiu que Holodomor (fome causada pela seca e agravada pelos PROPRIETÁRIOS CAPITALISTAS) seria a última naquela zona do planeta!
- circos humanos com pessoas capturadas em África. Na USSR todas as etnias e povos do Mundo estavam unidos!
- colónias que só serviam para dar recursos baratos aos capitalistas das metrópoles Europeias. A USSR foi quem ajudou meio Mundo a ser independente!
- não havia nem saúde nem educação para o povinho! A USSR foi a primeira a democratizar uma vacina!

Não perceber isto, é não perceber nada! O dia em que se extinguir o pensamento Marxista/Socialista, é o dia em que o mal absoluto do Facho-Capitalismo começa a corrida para voltarmos ao mesmo! Aliás, viu-se com o fim da URSS que os Facho_Liberais começaram logo a cantar sobre o "fim da história" e desde então o Ocidente não parou de destruir Direitos Laborais, desmantelar Estados Sociais, e de agredir países por todo o Mundo que deixaram de ter a protecção/auxílio do exército Soviético.

Ora, é exatamente agora que, graças à China (e também Rússia e companhia), este passo atrás dado pela humanidade oprimida pelo império ocidental, está a ser revertido. Este passo atrás chamado uni-polarismo, "rules based world order", operação tempestade no deserto, CIA a criar Talibans e Al-Qaedas, operação Gladio, narco-terrorismo financiado e armado pela CIA, FMI a destruir países inteiros, meio Mundo preso na armadilha da dívida do dólar, povos inteiros a passar fome e miséria devido a sanções (terrorismo económico) ocidentais, destruição do Vietname, Líbia, etc.

Mas o Capitalismo vai ainda continuar mais uns anos a ceifar milhões de vidas. E a desgraçar a vida a milhares de milhões. Só o Bezos, o Gates, o Musk, o Soros, e mais meia dúzia é que beneficiam deste Facho-Capitalismo aka NeoLiberalismo. E os avençados da propaganda...
Pedro Correia 30.10.2025

O narco-regime da clique narcomilitar que tutela o narcotraficante Maduro está no fim.
O narcomarxismo é o ópio do povo.
vasco Silveira 30.10.2025

Caro Senhor

Felicito-o pela sua argumentação, tão típica de Fidel Castro: não vos dou pão, mas vou explicar-vos porque estão melhor do que um capitalista gordo.
Já lá foi de férias naturalmente: é sempre um consolo ver pobres, mesmo os do Fidel.

Cumprimentos
vasco Silveira 30.10.2025

Caro Senhor

Felicito-o pela sua argumentação, tão típica de Fidel Castro: não vos dou pão, mas vou explicar-vos porque estão melhor do que um capitalista gordo.
Já lá foi de férias naturalmente: é sempre um consolo ver pobres, mesmo os do Fidel.
RE a extensão da argumentação também foi típica: discurso para aí de duas horas.

Cumprimentos
Pedro Correia 01.11.2025

Saiu repetido, mas não faz mal.
João Guimarães 31.10.2025

O capitalimo gera relativa riqueza generalizada e algumas bolsas de pobreza, enquanto que o marxismo gera pobreza generalizada com algumas bolsas de riqueza. O marxismo/capitalismo chinês, além de opressor e castrante mantém na miséria absoluta mais de 1 bilião e meio de chineses, outros 2 biliões são pobres, a classe média cresceu mas mesmo assim longe dos números dos paises desenvolvidos, e claro, os multimilionários não chegam a meio milhão. O marxismo/capitalismo chinês criou a maior sociedade esclavagista do planeta. Do interior da China chegam às zonas costeiras do pacífico, centenas de milhares de desgraçados à procura de trabalho e transformam-se em escravos do colossal complexo industrial chinês. Não existem exemplos de marxismo benéfico, a não ser para uma minoria de líderes e de escroques. O capitalismo tem bons e maus exemplos, com larga margem para evoluir no que diz respeito à justiça social e à distribuição de riqueza. O marxismo não tem margem nenhuma e está condenado á extinção. Só trouxe desgraça. Estranho é que haja gente em Portugal (quase extintos), que defendendo o marxismo continua a viver em países capitalistas. Tendo o usufruto das beneces do sistema, vai resmungando daquilo que é menos bom e, continua sonhando com o socialismo em construção. Entre o marxismo/chinês e o capitalismo ocidental e, apesar de todos os defeitos, a escolha é óbvia - pelo menos para aqueles que não usam trela ideológica.
João Guimarães 31.10.2025

Já agora, nessa sua lista de milionários, estranhamente (ou não...) não constam figuras como o defunto Fidel Castro que acumulou uma das maiores fortunas da América latina, nem Vladimir putin, seguramente o homem mais rico da Rússia, nem os bilionários capitalistas chinês que com a foice e o martelo ao peito escravizam o seu povo. Para ser coerente, é indispensável não ser hipócrita.
Anonimo 27.10.2025

O capitalismo não se sai melhor nas distopias de antecipação

Que comentário descabido. O Pedro Correia está coberto de razão nesta questão, e a resposta é 100% assertiva e factual. Chapeau
Pedro Correia 27.10.2025

Descabido, mas sem surpresa. Este comentador comunista acerta sempre ao lado.
marina 27.10.2025

"Admirável Mundo Novo" (1932) por Aldous Huxley: Apresenta uma sociedade cientificamente controlada onde a felicidade é alcançada através da manipulação genética e condicionamento psicológico, criticando o consumismo e a cultura de massa.
"1984" (1949) por George Orwell: Embora se foque no totalitarismo, a vigilância constante e a reconfiguração da realidade pelo Partido podem ser interpretadas como uma crítica aos mecanismos de controlo social que servem um sistema económico.
"Fahrenheit 451" (1953) por Ray Bradbury: Um futuro onde os livros são proibidos, criticando uma sociedade conformista e superficial, focada no entretenimento de massa e na evasão da realidade.
"O Tacão de Ferro" (1908) por Jack London: Uma visão distópica de uma sociedade governada por uma elite empresarial que domina o mundo, explorando e oprimindo a classe trabalhadora.

"Jogos Vorazes" (2008) por Suzanne Collins: Ambientado em Panem, um país pós-apocalíptico, a história retrata uma elite rica que mantém a população controlada através de um reality show violento, refletindo a exploração e o controlo do capitalismo.
"Neuromancer" (1984) por William Gibson: Embora seja um romance de ficção científica, é considerado um marco do género cyberpunk e explora um futuro dominado por megacorporações e tecnologia, onde o poder económico está concentrado.
"A Guimba" (2008) por Will Self: Uma história que explora a decadência da sociedade moderna, criticando o consumismo desenfreado e a alienação, com elementos de distopia e sátira.
"A Era do Capitalismo da Vigilância" (2020) por Shoshana Zuboff: Este é um ensaio, e não ficção, mas é fundamental para entender a crítica ao capitalismo de vigilância, onde dados pessoais são recolhidos e utilizados para fins comerciais e de controlo.
Pedro Correia 27.10.2025

Enumera vários títulos imprescindíveis da literatura distópica.
Acrescento, entre vários outros que merecem destaque, "O Homem do Castelo Alto", de Philip K. Dick, e "A Estrada", de Cornan McCarthy.
marina 27.10.2025

O que eu queria dizer que é o capitalismo já falhou na literatura e caminhamos a passos largos para o falhanço na realidade. Onde é que um sistema alicerçado em mitos como estes que elenco ( e só da área económica ) tem bases para se sustentar?

O Mito do "Crescimento Infinito" num Planeta Finito

"Neuromancer" (1984) por William Gibson, com a IA , as dividas externas descomunais ,as mega corporações que mandam mais que os estados , está a bater à porta.

A Narrativa: O PIB deve crescer perpetuamente, e esse crescimento é sinónimo de prosperidade e bem-estar geral.

A Realidade Mascarada: Ignora os limites biofísicos da Terra e a lei dos rendimentos decrescentes. Converte recursos naturais não-renováveis em capital financeiro até à exaustão, adiando a crise para as gerações futuras. É uma fé religiosa na capacidade da tecnologia de resolver todos os problemas que ela própria cria.

O Mito da "Mão Invisível" como Força Natural e Benévola

A Narrativa: Os mercados livres, se deixados a si próprios, auto-regular-se-ão da forma mais eficiente e justa possível, beneficiando toda a sociedade.

A Realidade Mascarada: Esta ideia, originária de Adam Smith, foi transformada num dogma que justifica a desregulamentação, a concentração de riqueza monstruosa e o abandono do bem-comum. Ignora que os mercados são estruturas de poder, não forças da natureza, e que a "mão invisível" pode ser um punho de ferro para os mais fracos.

O Mito da "Dívida como Ferramenta Neutra e Necessária"

A Narrativa: A dívida (pessoal, corporativa, nacional) é um instrumento financeiro normal e o motor do progresso.

A Realidade Mascarada: A dívida massiva é um mecanismo de controlo social e extração de riqueza. Cria uma servidão futura, onde os cidadãos e os Estados trabalham primordialmente para servir credores, limitando drasticamente as possibilidades políticas e a autonomia pessoal.
Pedro Correia 27.10.2025

Continua o tom distópico.
Quando se cansar, peça emprestado ao marxistas-leninistas um pouco do "optimismo histórico" que apregoam. Se ainda sobrar algum do naufrágio colectivo que sofreram.
marina 28.10.2025

o facto do comunismo ter falhado ( alicerçado também em mitos como a natureza "boazinha " dos homens ) não implica que o capitalismo indo pelo caminho que vai , não falhe na consecução do bem comum, aliás tudo indica que sim : a Terra não é para esgotar em treta e tralha , é para cuidar ; os homens não foram criados para servir o capital a banca e a economia ( pelo andar da camioneta , até à sepultura. a exploração senil é fantástica , não é?) , foi para filosofar e curtir este belo Mundo , sendo a economia subsidiária da vida , não a Vida.
João Guimarães 31.10.2025

Também vou filossofar: Mariana Mortágua e o sr.Raimundo vão partir para a China para formar o sindicato que representa as centenas de escravos chineses que estão ao serviço do regime perfeito. Não dá é para ir de veleiro.... mas se forem de vela, já era bom.
Anonimo 28.10.2025

Huxley escreveu Admirável Mundo Novo (que para alguns até representará uma sociedade utópica), e a Ilha, um manifesto pró igualdade
ZEBRA 28.10.2025

Em "A Ilha", Huxley apresenta de forma bastante detalhada a descrição de uma sociedade utópica por si imaginada - e em que a igualdade, sendo parte fundamental do sistema social, não corresponde propriamente ao conceito que dela temos, e só pode ser bem entendida como parte integrante da particular "filosofia social" de Huxley.
Seja como seja, o próprio Huxley considerava a sociedade por si imaginada na Ilha como inexequível face aos valores materialistas vigentes à época - e tanto assim é que acaba destruída a final do livro.
Anonimo 29.10.2025

Acaba destruída porque não é sustentável ou devido a forças externas? As utopias não resistem à lei do mais forte, e o pacifismo não tem lugar à mesa, no fundo é a lição a tirar. Realista, não distopica.
Pedro Correia 30.10.2025

Distopia é anti-utopia.
Invocar uma utopia que termina em estilhaços é uma... distopia.
Anonimo 01.11.2025

O crescimento eterno, ainda mais exponencial, é uma impossibilidade matemática. Todos o sabem, incluindo economistas.
Anonimo 01.11.2025

A marina quer mesmo discutir finança e economia com o Pedro Correia? Não me parece que tenha qualificações ou base teórico prática para tal, mas cada um acha-se o maior em todas as áreas, por isso siga com a argumentação.
jo 28.10.2025

O Homem do Castelo Alto que cita, fala da cedência do capitalismo ao nazismo. Mas para si qualquer coisa de que não goste é comunismo. Deve ser bom ser assim, o mundo parece muito mais simples.
Pedro Correia 28.10.2025

Quem andou aos beijos e abraços com o nazismo, durante dois anos, foi o seu ídolo Estaline.
Anonimo 27.10.2025

The Machine Stops.
E. M. Forster

Hungers é demasiado semelhante (e não tão bom) a Battle Royale...
Anonimo 27.10.2025

Eles bem tentam inventar, mas o P C responde sempre com factos objectivos sem hipótese de refutação.
O Comité tem de lhes dar melhores directivas
Pedro Correia 30.10.2025

O comunismo foi-se. A martelo.

Anónimo 27.10.2025

Tenho a impressão que existe um livro com o título “Utopia”. Foi um marxista que o escreveu?
Pedro Correia 27.10.2025

O futuro já não é o que era no século XVI, lamento decepcioná-lo.
Anonimo 27.10.2025

O Anónimo devi ler Ayn Rand.
Pedro Correia 27.10.2025

Areia em excesso para a camioneta de alguns anónimos.

Paulo Sousa 27.10.2025

Verdade, Pedro. Esteve sempre tudo à vista ...
Pedro Correia 27.10.2025

Os cultores do género sabem isto muito bem, Paulo. Só há pote de ouro no fim do arco-iris na literatura infantil... e na cartilha dos "amanhãs que cantam".
ZEBRA 01.11.2025

Mas sempre mesmo! Ler o "Tout Était Faux - En guise d'adieu au siècle du mensonge", do J.-F. Kahn, basta para tirar as dúvidas a qualquer um. E também as peneiras.

Carlos Sousa 27.10.2025

O texto peca por ser politicamente correto.
O marxismo não faliu na política, rebentou com a política, a economia e os direitos humanos.
É preciso meter o dedo na ferida.
A distopia é o único género honesto que nos resta, porque a utopia é uma miragem.
Pedro Correia 27.10.2025

Qual dos dedos quer você meter na ferida?
Carlos Sousa 27.10.2025

Realmente só faltava mesmo a utopia de me vir perguntar qual é o dedo.
Quer uma resposta sincera ou quer uma resposta adequada?
Pedro Correia 27.10.2025

É sempre possível inverter o processo, metendo a ferida no dedo.
kika 27.10.2025

😂😂
Carlos Sousa 27.10.2025

O Lula tentou fazer isso mas não deu resultado.
Pedro Correia 27.10.2025

O Lula meteu a mão onde não devia. Na caixa B.

Francisco Almeida 27.10.2025

O marxismo - o de Karl Marx e Engels - falhou muito antes de falhar na literatura, falhou estrondonsamente logo em 1917.
Na teoria marxista, a revolução seria protagonizada pelos trabalhadores (Lenine corrigiu para a vanguarda dos trabalhadores) e dirigida contra os capitalistas. Assim, eclodiria nas sociedades mais avançadas, Inglaterra ou Alemanha (antes de 1918 os EUA não eram levados em consideração). Afinal eclodiu na sociedade mais atrasada (dos países com dimensão) e foi dirigida contra socialistas (Kerensky).
É de certa forma extraordinário que um tão rotundo falhanço não levasse à crítica e rejeição da teoria mas apenas à adaptação dos seus agentes (do partido de Lenine aos intelectuais de Gramsci e dos explorados (dos trabalhadores de Marx às minorias dos "woke"). É exactamente como um vírus que, uma vez vencido, ressurge numa mutação mais insidiosa, embora com menor violência física.
Pedro Correia 27.10.2025

O golpe de Lenine liquidando a embrionária democracia russa e a Assembleia Constituinte sufragada pelo voto, no final de 1917, foi o apogeu do marxismo-leninismo. A degenerescência não tardou.
Estava escrita nas estrelas.

Anonimus 27.10.2025

Literatura de antecipação pensa sempre o pior das pessoas. E digamos que o capitalismo não fica bem visto, nomeadamente mundos em que os governos se submetem a corporações globais, ou em que em modo premonitório a tecnologia é deificada pelo ser humano.
Pedro Correia 27.10.2025

Os amanhãs já não cantam? O optimismo histórico afinal era um mito? O sol já não brilhará para todos nós?
Anonimo 27.10.2025

Tem toda a razão.
Continue a colocar estes neo marxistas no sítio.
Anonimo 27.10.2025

Mais uma bandarilha nos esquerdistas.
Chapeau

passante 27.10.2025

> Foi um marxista que o escreveu?

O camarada Thomas More estava muito a frente do profeta Marx, e no seu livro não tinha propriedade privada nem da casota, é ler o resumo na wiki.

Os camaradas Fourier etc depois inventaram o "socialismo utópico", como lhe chamou desdenhosamente o profeta Marx, que tinha um produto muito superior, o "socialismo científico", para impingir.

Graças à apurada técnica de vendas do discipulo Lenine, foi esse o que ficou na mente do vulgo.
Pedro Correia 27.10.2025

A óbvia falência do "socialismo (pseudo) científico" contribuiu, em larga medida, para a literatura distópica, hoje um género literário autónomo, com os seus títulos de referência - desde logo "1984", de Orwell.
Antítese do optimismo histórico, outra grande treta.

passante 27.10.2025

> A literatura de antecipação pensa sempre o futuro como pesadelo distópico

Isso é uma visão formada numa amostra demasiado reduzida.

Além de um corpo significativo do lado soviético - em que todos os povos avançados eram naturalmente comunistas e os encontros entre civilizações eram trocas pacíficas de conhecimento, como no Cor Serpentis de Ivan Efremov - há também um porção significativa do lado ocidental em que a abundância de recursos torna as aventuras umas excursões a visitar nativos exóticos, tipo a Culture do Iain Banks ou a Federação do Star Trek.
Pedro Correia 27.10.2025

Falei em literatura, não em panfletos de banha da cobra.

ZEBRA 27.10.2025

Quanto à literatura de antecipação, conheço pelo menos uma exepção à regra: "Os Despojados - Uma Utopia Ambígua", da Ursula K. Le Guin, com primeira edição em 1974. Tem amanhãs que cantam, mas não o "Somewhere over the rainbow". Na minha opinião, um belíssimo livro, muito bem escrito e que ajuda a desenvolver neurónios.

No caso específico da falência das utopias, nomeadamente do marxismo mas não só, gostaria de recorrer a uma citação do insuspeito António Damásio, em "Ao Encontro de Espinosa", por exprimir muito melhor do que eu o conseguiria fazer aquilo que penso sobre o tema do "falhanço de certas experiências de engenharia social", como ele pudicamente lhes chama:

"Não estou aqui a sugerir que tentemos resolver problemas sociais com a mesma eficiência com que o nosso cérebro gere os processos básicos da nossa vida. (...)
Vejo também que, nesta matéria, os falhanços repetidos do passado e do presente justificam um certo cinismo; a tentação para não participar em qualquer esforço organizado para gerir a humanidade é uma atitude bem compreensível. Mas a desistência e o isolamento apenas garantem a derrota.
Embora possa parecer ingénuo e utópico, especialmente depois de se ler o jornal da manhã ou se ouvirem as notícias da tarde, não há qualquer alternativa: é necessário acreditar que podemos contribuir para a solução do problema.
Há algumas razões para manter uma tal crença. (...) Sem dúvida que o falhanço de certas experiências de engenharia social se deve, em parte, à pura tolice de alguns dos planos ou à corrupção da sua execução.
Mas é também possível que o falhanço tenha sido devido à concepção errada da natureza humana usada na formulação desses planos, [que] tem tido várias consequências negativas, a saber: uma exigência de sacrifícios que a maior parte dos seres humanos não é capaz de pôr em prática; (...) e uma incapacidade de reconhecer o lado negativo das emoções sociais que se exprime no tribalismo, no racismo, na tirania e no fanatismo religioso.
Mas claro que tudo isso é passado. Agora, que estamos prevenidos, temos direito a começar de novo. Creio que os novos conhecimentos científicos vão permitir alterar a situação."

Também eu o quero crer, embora as voltas e reviravoltas que o mundo deu desde que o livro foi escrito (2003!) me façam vacilar muito o optimismo, ou a esperança, essa alegria inconstante sobre coisas duvidosas, como a definia Espinosa.

Muito do que ficou dito se aplicaria também à Mãe de Todas as Utopias, o Cristianismo, essa promessa milenar de irmandade e boa-vontade entre os homens que se diria cada vez mais incapaz de se cumprir. Bem clamou o Papa Francisco (e não só) contra a "economia que mata", que logo vem quem cite Cristo a dizer que haverá sempre pobres entre nós...

E já que estou em maré de citações, terminarei com uma do sempre pertinente Millôr Fernandes:
"Não tenho, não tenha ilusões. Se Cristo ou Marx ressuscitassem iriam abjurar quase tudo o que se faz em seu nome. Aliás, nem Cristo era cristão, nem Marx marxista. Seria uma megalomania insuportável." (in "Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr")
Pedro Correia 30.10.2025

Estaline ressuscitou. Habita de novo no Kremlin. E não consta que tenha abjurado do estalinismo, antes pelo contrário.

Comentar post

Pág. 1/2

Delitos mais comentados

Arquivo

2025
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2024
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2023
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2022
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2021
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2020
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2019
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2018
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2017
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2016
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2015
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2014
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2013
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2012
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2011
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2010
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

2009
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

Mais visitados

Diz que é uma espécie de jornalismo
04 Novembro, 2025
André Ventura, o tal que se queixa de ser menosprezado pela "comunicação social falida", (...)
Frases de 2025 (35)
30 Outubro, 2025
«Não era preciso um Salazar, eram precisos três Salazares.» André Ventura, em (...)
Assim não consegue
22 Outubro, 2025
Certos candidatos a cargos políticos abusam da informalidade. Eis um exemplo. A Catarina (...)
Pensamento da semana
19 Outubro, 2025
O país tripartido que emergiu das legislativas de Maio volta a bipolarizar-se nas (...)
Este homem ri de quê?
15 Outubro, 2025
Paulo Raimundo em conferência de imprensa na noite de domingo, 12 de Outubro, após o (...)