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Delito de Opinião

Pensamento da semana

Pedro Correia, 22.09.24

Não adianta muito termos razão no fundo quando a perdemos pela forma que adoptamos. Fundo e forma são inseparáveis: nenhum se regenera sem o outro.

Este pensamento acompanhou o DELITO DE OPINIÃO durante toda a semana

26 comentários

Carlos Sousa 16.09.2024

Não há outra forma de dizer isto porque no fundo no fundo você tem razão.
Pedro Correia 20.09.2024

Não precisei de gritar para escrever isto.
Também se berra por escrito.
Por exemplo, quando se escreve TUDO EM MAIÚSCULAS.
Ou quando se esbanjam pontos de exclamação!!!!!!

GRACINHA 16.09.2024

A minha forma é de fundo amovível, eheheh.
Mas, enfim, a metáfora até serve bem: a forma vai-se mantendo inalterada, mais coisa, menos coisa, já que é questão de educação, formal e não só, e de temperamento; já a razão que tenhamos, ou antes, a sua auto-percepção, se vai alterando ao longo da vida, com a experiência acumulada.
Isto, nas personalidades ajustadas à realidade, evidentemente. Fanáticos e narcisistas jogam noutro campeonato.
Matilde dos olhos verdes 16.09.2024

Olá GRACINHA.
Pode-se então dizer que tem uma boa forma de fundo.
Eu não sei se tenho, acho que a minha forma de fundo é mais acomodatícia que amomível
Mas se calhar é capaz de não estar mal e ambas termos uma boa forma de fundo.
Boa-noite, GRACINHA.
GRACINHA 17.09.2024

É isso. Na fábrica das formas há de tudo, até chinchos... sem fundo! Boa noite.

José António Abreu 16.09.2024

Totalmente em desacordo, Pedro. "Ele(a) até tem razão, mas perde-a pela forma como diz as coisas" é um dos meus ódios de estimação. Evidentemente, em alguns campos e momentos "ter razão" é discutível (ou pelo menos muito difícil de demonstrar). Mas a forma serve imensas vezes de desculpa para não reconhecer o conteúdo - quando este é intrinsecamente muito mais importante. Abraço.
GRACINHA 16.09.2024

José A. Abreu: Concordo. Há até pessoas que já têm o "argumento" engatilhado para quando a conversa lhes começa a correr mal; e é frase muito ouvida dos mirones, sobretudo daqueles que nunca se atreveram a levantar a voz, nem que lhes cuspam em cima.
Os mirones opinosos são o meu ódio de estimação.
De qualquer maneira, manter a cabeça fria, quando possível, ajuda bastante a razão que se tenha. E por vezes o contrário também funciona melhor, fazer uma cena a preceito, sobretudo se se tratar de assunto que valha a chatice. É conforme, eheheh.
Pedro Correia 16.09.2024

Viva, José António.
(Saudades dos teus textos.)

Para ilustrar o que escrevi, proponho-te o seguinte exercício, que eu próprio fiz muito recentemente: ver um debate político, durante mais de uma hora, sem som. Atento apenas à linguagem gestual, a chamada linguagem não-verbal.
Prescindi do conteúdo, fiquei-me pela forma.
O contraste pareceu-me tão evidente, quase até chocante, que me lembrei daquela velha frase do McLuhan entretanto tornada lugar-comum: «O meio é a mensagem.»
Ou seja, a forma pode prevalecer sobre o conteúdo. E até determiná-lo.

Claro que noutro âmbito, diferente daquele em que pensava ao escrever estas sucintas linhas, até poderei concordar com as reservas que exprimes. Mas não foi, de todo, esse o meu ponto de partida.

Abraço.
marina 17.09.2024

é mesmo tique português dar mais importância à forma que ao conteúdo.
o josé gil fala nisso no "medo de existir" .
interpretam as normas na sua forma mais restrita.
estava na altura de perderem essa coisa do formalismo. e do respeitinho.
Pedro Correia 17.09.2024

Quais são os vossos tiques em Espanha? Mexem-se melhor ao som de castanholas?
marina 17.09.2024

não.
falamos aos berros , tuteamos toda a gente e "hay gobierno? sou contra !"
Pedro Correia 17.09.2024

Libertem Olivença. E deixem-se de tretas.
GRACINHA 18.09.2024

Pode crer. Aquela do recurso a usucapião é de uma má-fé de ficar de boca escancarada.
Já do gamanço da água de Alqueva, às vistas de toda a gente e com o governo português a ignorar olimpicamente as queixas apresentadas por portugueses que têm que pagar (e caro!) se querem usar a água, nunca mais se ouviu falar, depois de uma vaga notícia sobre um 'compromisso' em pagar 20 milhões, nem percebi bem em quê, se indemnização do roubo passado, se pagamento do uso futuro... Ficava tudo entre 'compañeros' socialistas, ao que suponho, provavelmente para não nos roubarem rios inteiros, como os pepineiros de Almeria já andavam a rosnar.
Pode não se gostar por aí além do Marcelo, mas há que reconhecer que se não fosse aquela teimosa viagem de lancha, debaixo de péssimo tempo, com pouquíssima tripulação, às Selvagens, as Selvagens já tinham ido - sobretudo quando os 'canários' até já lá faziam 'manifestações', provavelmente a preparar a usucapião futura...
Pedro Correia 20.09.2024

E saquem a unha das Selvagens, que querem anexar às Canárias, a pretexto que são meros rochedos.

Descarto 19.09.2024

A discussão já é velha: matéria e forma, essência e acidente, potência e acto, natureza e espírito...
O segredo dos binómios é a gestão da balança. No meio está a virtude? Depende.
Pedro Correia 20.09.2024

Somos velhos conhecidos, Renato.

Anónimo 20.09.2024

Não falta uma virgulazita a seguir a fundo?
Se não falta dava jeito, pelo menos para os asmáticos e afins.Dá
Pedro Correia 20.09.2024

Se há coisa a que sou alérgico é aos viciados em vírgulas.
Há, em Portugal, um jornalista, credenciado, que usa, mas também abusa, desse sinal gráfico, sem perceber, minimamente, que esse sinal, a vírgula, pode ser, e no fundo é, como o sal, quando aplicado, em excesso, nos cozinhados.
Estraga-os.
QS 21.09.2024

o Saramago não gostava de sal na comida.
Pedro Correia 21.09.2024

Saramago, escritor, optava, em vez de sal, por temperos alternativos? Ignorava, desconhecia, tal facto, presumindo, claro, que seja facto.

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