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Delito de Opinião

Pensamento da semana

Teresa Ribeiro, 24.04.22

Toda a vida assisti, do sofá, a guerras que chocaram a opinião pública. Mas quase todas eram lá longe, num mundo que não o meu, o que me criou a ilusão de que vivia na parcela mais civilizada do planeta. Bem sei, nos anos 90, o inferno desceu à Terra, nos Balcãs. Mas as razões dessa guerra eram muito locais, resultado de um ódio larvar entre etnias que eclodiu, mal a Cortina de Ferro se desmoronou. Vi-o, portanto, como um caso muito específico, nada que me impedisse de acreditar que pertencia à elite, à quota humana que já não desce abaixo da condição animal. Até que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Agora, mais do que o desespero das vítimas e a bestialidade dos agressores, o que me abala é ter perdido todas as ilusões quanto à capacidade de evoluirmos como seres humanos. Porque vai-se a ver e a civilização é só verniz. Século após século o ser cavernícola continua a habitar no mais fundo de nós. Não morre. E às vezes sinto asco por pertencer a esta tribo.

 

Este pensamento acompanhou o DELITO durante toda a semana.

3 comentários

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    Teresa Ribeiro 18.04.2022

    Faça-me um favor: não tresleia o que escrevi. Em momento algum disse que as guerras que ocorrem fora da Europa são "normais e pouco relevantes". O valor da vida humana para mim é igual, seja em que geografia for, já o valor que atribuo às diferentes civilizações que coexistem no planeta é diferente. Daquelas que considero mais evoluídas espero mais elevação. Em relação às outras as minhas expectativas são baixas.
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    João Guimarães 19.04.2022

    Não vale a pena Teresa. O sabão que lhes invade a cabeça tudo ofusca. Qualquer tipo de comunicação esbarra na limitação dos ensaboados. A ponte aérea para a russia está aberta. É pelo estreito de Bering ...
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