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Delito de Opinião

Pensamento da semana

João Pedro Pimenta, 30.01.22

O tribunal absolveu Rui Moreira de todas acusações no caso Selminho, depois de o Ministério Público ter pedido pena de prisão suspensa e a perda do mandato. É um peso que sai de cima do Presidente da câmara municipal do Porto, mas que não deixa de recordar (como Moreira evidenciou) o claro aproveitamento político que houve da situação, nomeadamente do PSD, na figura do próprio líder, do PCP e em parte do BE. Também houve pressões, nomeadamente na imprensa, para que não se candidatasse.

 

Fica-se a pensar o que teria sucedido se Moreira tivesse desistido da sua candidatura. Provavelmente a sua lista independente, fortemente ancorada na figura do seu mentor, não teria aguentado a maioria, mesmo relativa, e outra formação, ou melhor dizendo, um partido, estaria agora à frente da edilidade. Moreira teria sempre recuperado a sua credibilidade, mas o mal estaria feito e este processo teria beneficiado outros. E em climas de suspeição e de revolta, muitas vezes genuína, que o cidadão comum nutre por todos os que quebram as regras sem pagar por isso, dá para reflectir como é que certos casos, por vezes no afã que alguns órgãos da justiça têm em mostrar trabalho, podem influenciar a política e sobretudo como é que alguns políticos podem beneficiar de alguma precipitação para colher frutos indevidos.

 

Este pensamento acompanhou o DELITO durante toda a semana.

2 comentários

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    balio 24.01.2022

    o pecadilho de Rui Moreira ao mandatar um advogado para intervir num processo que opunha o município que ele representa a uma empresa da família dele

    Poderia ser um pecadilho se ele próprio tivesse escolhido o advogado e se tivesse discutido com ele, e dado orientações, sobre que medidas tomar.

    Acontece que Rui Moreira não fez isso. Ele apenas disse a um advogado que tinha sido escolhido pelo seu antecessor para continuar a tomar conta do caso. E não deu a esse advogado quaisquer orientações sobre o que fazer.

    Cabe ao Ministério Público provar, não somente que Rui Moreira participou ativamente na atuação do advogado (coisa que ele não fez), como também que o fez no sentido de beneficiar a sua família.

    Não tendo o Ministério Público provado nem a segunda coisa, nem sequer a primeira, é evidente que não dá para condenar Rui Moreira.
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