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Delito de Opinião

Pensamento da semana

João André, 08.03.20

O mundo moderno cria especialistas em tudo e mais alguma coisa sem criar seres humanos. Não é uma questão de a cultura geral ser insuficiente, é o facto de o conceito de cutura geral ser bastas vezes incompreendido. Ler Shakespeare demonstrará cultura, mas desconhecer a segunda lei da termodinâmica, talvez mais grave que não conhecer o Bardo, não é vista como uma falha grave de cultura.

Não só deveríamos todos investir em saber mais, como deveríamos investir em saber pensar melhor, melhorar o espírito crítico e aplicá-lo a tudo o que vemos, ouvimos, lemos, sentimos. E deveríamos depois ter as ferramentas para poder raciocinar e argumentar as teses em discussão.

Nesse aspecto, além de falhas pessoais e da sociedade, há uma falha na escola, ao insistir num mundo de especialistas que ficam depois mancos de outras formas de conhecimento e razão. As humanidades deveriam manter sempre cadeiras de matemática e ciência (mesmo que geral). As ciências deveriam sempre insistir em línguas estrangeiras, literatura e filosofia.

Urge reverter o desconhecimento que vem na forma de conhecimento ultra-específico e absoluto. Só conhecendo mais, saberemos o pouco que conhecemos. E questionaremos.

 

Este pensamento acompanhou o DELITO durante toda a semana.

4 comentários

  • Sem imagem de perfil

    o cunhado do acutilante 02.03.2020

    Caro Luís Lavoura.

    "Porquê, especificamente, Shakespeare??

    Não necessariamente. Demonstrará na mesma cultura se se disser que se leu.
    Esse ou quaisquer outros grandes dramaturgos, passados ou recentes.
    Diz-se que se leram e os níveis culturais disparam para níveis de grandeza empíricos.
    O que bem vistas as coisas é o que verdadeiramente interessa. Não importa sê-lo, o importante é parecê-lo.
    - Ah e tal, - indagará com algum cepticismo o Caro Luís lavoura, - e se formos confrontados com questões pertinentes ao assunto em causa?
    Fácil. Mantém-se a posição, plagia-se o Vento e espetam-se com umas entropias a preceito, - precedidas ou precedentes de várias conjugações sobre os efeitos nefastos sobre o deterioramento da reversibilidade quando confrontada com a irreversibilidade, - sempre mantendo a seriedade de quem sabendo-se observado condescende em dignar-se conceder-lhe um olhar de sublime modéstia, de quem sabe ser assim e não esperar outra coisa, e tá feito. Opositor ao tapete.
  • Sem imagem de perfil

    Luís Lavoura 02.03.2020

    Não necessariamente. Demonstrará na mesma cultura se se disser que se leu. Esse ou quaisquer outros grandes dramaturgos, passados ou recentes.

    Pois. Na prática, o que a generalidade dos educandos atualmente faz, confrontados com uma quantidade de trabalho, e de coisas para ler, totalmente desumanos - repito: totalmente desumanos - é fingir que leu, ou seja, ler e copiar algumas frases de uns livros-cábulas já preparados para esse efeito e/ou disponíveis na internet. Ninguém lê o autor original, toda a gente perde, aliás, o gosto que poderia vir a ter em lê-lo, e toda a gente substitui a leitura por umas cábulas.

    É este o resultado prático de uma educação cruel, que pretende enfiar pelas goelas dos jovens abaixo uma quantidade brutal de coisas que não tem qualquer utilidade para eles, em particular e em especial, obras de literatura de tempos d'antanho.
  • Sem imagem de perfil

    Vento 02.03.2020

    Lavoura, ali o acutilante se lhe perguntarem se leu alguma coisa do que Sócrates, o filósofo, escreveu, seria o primeiro a dizer que conhecia.

    Olhe, Lavoura, isto é para enervar o acutilante, pois o que escrevo tem rasteira. Não responda. Deixe ver o que ele escreve.
    Seja condescendente, pois a reversibilidade e irreversibilidade revela-se nos pormenores. E vai ao tapete. Aguarde.
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