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Delito de Opinião

Pensamento da semana

Sérgio de Almeida Correia, 02.09.18

Ao longo da vida tenho tido alguma dificuldade em distinguir os cínicos dos hipócritas. Das vezes com que tenho sido confrontado com esses espécimes, normalmente concluo que os primeiros são mais petulantes, mais atrevidos, menos escrupulosos.

Os hipócritas são mais do tipo cobardola, não assumem, disfarçam.

Os cínicos riem muito, gostam da gargalhada fácil, gostam de fazer uma espécie de humor. Por vezes tornam-se mal educados, ordinários, em especial com os que consideram inferiores, porque também gostam de dar nas vistas, de impressionar. E depois riem-se.

Os segundos são mais do tipo sorriso amarelo, sem nunca se comprometerem, gente de meias-palavras, de acordo mas nada de os incluir na lista. Estes não costumam perder a compostura e de preferência silenciam. Que diabo, um tipo tem de ganhar a vida.

Numa linguagem crua e sem rodeios os cínicos são os do género "filho da puta". Não olham a meios para atingirem os seus fins. Os hipócritas assemelham-se mais ao "chico-esperto". Se puderem lá chegar também chegam procurando com todas as suas forças disfarçar a moscambilha. E evitam prejudicar. Os outros não.

São ambos igualmente nojentos, mas só os cínicos são perigosos. Em termos sociais e políticos.

Os cínicos são inteligentes. Os hipócritas normalmente devem pouco à inteligência. Há sempre um pormenor que lhes escapa.

Os hipócritas, como pobres diabos, toleram-se. Os cínicos são insuportáveis. Pela petulância. Devem ser desmascarados, sempre que possível. Sem contemplações. E se possível com alguma perfídia.

 

Este pensamento acompanhou o DELITO durante toda a semana

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