Passos Coelho, o da má memória
Pretende-se então esclarecer se o Dr. Passos Coelho, um dos mais extraordinários produtos da universidade de Verão do PSD, recebeu, ou não, uma determinada importância (ao que parece o equivalente a 150.000€) não declarada quando se encontrava a exercer funções de deputado em regime de exclusividade. Tal pagamento, a ter sido efectivamente realizado, constituiria a contrapartida, entre outros prestimosos serviços, da promoção de indispensáveis acções de formação para funções que não existiam em diversos aeródromos espalhados por este venturoso país fora. Perguntado sobre o recebimento da simpática remuneração que teria sido paga em confortáveis prestações mensais de 5.000€, o Dr. Passos Coelho respondeu "não ter presente todas as responsabilidades que desempenhou há 15 anos, 17 e 18". Deixando de lado o facto de aparentemente se recordar das exercidas há 16 anos, não pode deixar de sublinhar-se que o que está em causa não são propriamente as responsabilidades mas as contrapartidas financeiras que terão (ou não) sido recebidas. Não sendo a primeira vez que o caso Tecnoforma vem à praça pública, ou o actual primeiro-ministro é um idiota chapado, hipótese que não é de excluir para já, ou é evidente que já teria arranjado tempo na preenchidÍssima agenda para reunir informação e factos que lhe permitissem ter presente, a dias de hoje, se recebeu ou não tais importâncias. Eu, por exemplo, lembro-me sem grande esforço de não ter recebido 5.000€ em todos os meses da minha vida laboral em que não os recebi. Daí que uma resposta deste teor perante um caso desta natureza nos obrigue a colocar como possíveis apenas duas, e não mais, possibilidades. Ou o Dr. Passos Coelho é um idiota chapado com necessidade urgente, para além do mais, de tomar Memofante, ou tem o rabo trilhado. O que é certo, em qualquer circunstância, é que o Dr. Passos Coelho, não tendo presente se recebeu ou não o que não devia ter recebido, tem pouco ou nenhum futuro daquele resto que ainda lhe sobrava.