Partido Comunista da Venezuela denuncia fraude eleitoral e repressão em curso
PCP esqueceu-se de ouvir os camaradas de Caracas antes de apoiar Maduro
Comunicado do Partido Comunista Português de segunda-feira, 29 de Julho:
«As eleições presidenciais na República Bolivariana da Venezuela constituíram uma importante jornada democrática, em que participaram milhões de venezuelanos e cujos resultados reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano. (...)
O PCP saúda a eleição de Nicolás Maduro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, bem como o conjunto das forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas que alcançam mais uma importante vitória com esta eleição, derrotando o projecto reaccionário, antidemocrático e de abdicação nacional.»
Comunicado do Partido Comunista da Venezuela de terça-feira, 30 de Julho:
«A Comissão Política do Comité Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV) apela às forças genuinamente democráticas, populares e patrióticas para unirem forças para defender a vontade do povo venezuelano expressa neste domingo, 28 de Julho, com a clara intenção de promover a mudança política no país.
Alertamos a opinião pública internacional: o Governo de Nicolás Maduro, que já despojou o povo venezuelano dos seus direitos sociais e económicos, pretende agora privá-lo dos seus direitos democráticos.
Exigimos à Comissão Nacional Eleitoral a publicação da totalidade das actas de votação - tal como estabelece o regulamento eleitoral - assim como a máxima transparência no apuramento dos resultados. (...)
Neste momento decorrem espontâneas mobilizações populares em diferentes pontos do país. No PCV não apenas apoiamos o clamor de respeito pela vontade popular, mas apelamos também às forças militares e policiais para não reprimirem o povo.»
Descubram as diferenças. Não é difícil.
Em Lisboa, o PCP apoia com chocante servilismo o que em Caracas o partido homólogo rejeita com desassombro, na sequência da brutal repressão exercida contra sindicalistas, vários dos quais estão detidos em presídios militares, enquanto outros foram despedidos ou aposentados à força.
Paulo Raimundo esqueceu-se de ouvir os camaradas venezuelanos antes de dobrar a cerviz perante Nicolás Maduro, o caudilho mais corrupto, incompetente e desacreditado da América do Sul.