De Diogo a 22.04.2014 às 22:19
«ao Executivo cuja "capacidade de concretização", na opinião de um seu homónimo, permitiu lançar "mais reformas" em Portugal nos primeiros cem dias do que nos três anos anteriores.»
Não há dúvida de que este «Executivo» concretizou! As suas reformas fizeram o país retroceder 30, 40 ou 50 anos. Nem outra coisa seria de esperar de diligentes «funcionários bancários» com uma confortável reforma ou uma choruda conta num qualquer paraíso fiscal à espera.
Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:
[...] "Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais." [...]
Discorda, portanto, daquilo que o fundador do CDS defendeu em Outubro de 2011.
De Diogo a 23.04.2014 às 14:50
Não me lembro daquilo que o fundador do CDS defendeu em Outubro de 2011. Vi apenas um homem revoltado com o roubo descomunal que está a ser levado a cabo neste país e que está bem à vista de todos (os que querem ou podem ver, evidentemente).
De lucklucky a 23.04.2014 às 17:33
Este é o Governo mais Socialista de Portugal. Do que é que se queixa Diogo?
Faz os Portugueses pagar pelo Socialismo. É isso a redestribuição não é?
Ou julga que Socialismo é vender dívida para pagar as contas?
De rmg a 22.04.2014 às 23:43
Retroceder 30 , 40 ou 50 anos ?
O Diogo ou tem 20 anos e ainda acredita no Pai Natal ou está numa fase adiantada de qualquer coisa que não prenuncia nada de bom ...
De resto citar o Sr. Madrinha a dizer hoje coisas que já eram verdade e já havia quem as escrevesse há mais de 100 anos é sintomático .
Cite antes Eça de Queiroz e "A Campanha Alegre" , é sempre actual e foi escrito há quase 150 anos , a prova de que Portugal e os portugueses nunca mudam .
E mais grave ainda como o seu texto mostra : nunca aprendem .
De Diogo a 23.04.2014 às 14:57
Aquilo que disse o Sr. Madrinha aplica-se absolutamente ao que se está a passar neste país neste momento.
Os portugueses aprendem. Mas as vagas sucessivas de ladrões são ininterruptas. A situação, hoje, é tal, que defendo que a população deve atuar de uma forma mais radical.
De rmg a 23.04.2014 às 17:50
Agradeço a atenção que me deu .
Não sei qual a sua idade , qual a sua experiência de vida familiar e profissional , qual a sua maneira de encarar a existência nem tenho que saber .
De si só conheço um blog e uma foto não sei de quem no seu perfil .
Mas fico sempre com alguma curiosidade pois é por aí que muitas vezes passa a ténue fronteira entre o altruísmo (juntar-me aos outros para melhorar a vida deles) e o egoísmo (os outros juntarem-se a mim para melhorar a minha vida) .
Mas como alguém que está entre os 65 e os 70 anos , tem filhos quarentões e netos adolescentes , trabalhou em 5 distritos diferentes e até fora de Portugal , permito-me ser um pouco indelicado e dizer-lhe que não conhece as pessoas que o rodeiam e que neste momento não são muito diferentes das que habitam o resto duma Europa envelhecida e acomodada , prenunciando nova queda do "império" (romano e não só) do Ocidente .
O facto de ter muitos comentários a apoiar as suas teses não lhe dá necessáriamente razão : não são aqueles que me dizem que sou muito inteligente que me ajudam a progredir , são os que me dizem onde poderei estar a ver mal o problema e aceitam o diálogo subsequente em vez de se meterem em copas .
O Sr. Madrinha terá a "agenda" dele como o Diogo terá a sua e eu a minha , todos os que não andamos por cá só por ver andar os outros a temos .
A população a que se refere não sei qual é , apesar de eu continuar bastante activo e saír todos os dias do ano , andar por aí 5 a 6 horas a contactar com muita gente de vários meios e usar transportes públicos 4 dias em cada 5 (apesar de ter carro e dinheiro para andar com ele não é ao volante e parado no engarrafamento que se vive o que nos resta de vida) .
A miudagem quer tablets e os adultos querem manter o emprego ou arranjar um e é com isso que nos confrontamos na rua e no autocarro , os que saímos com olhos de ver e ouvidos de ouvir .
Claro que se ficarmos sentados em frente ao computador , à TV ou na mesa do café o mundo parecerá outro mas é capaz de ser uma visão redutora .
As pessoas querem resolver a sua própria vida e não a do Diogo ou a minha , o resto são as tais frases bonitas para encher artigos de jornais , posts e comentários de blogs , debates de televisão, nunca fômos um país de solidariedades e ainda menos de cooperativismos (mas já somos muito bons em corporativismos).
Acabo assim convencido que quando se escreve que a população devia adoptar formas de luta radicais se está na linha de Bernard-Henry Lévy e dos seus famosos apelos à revolta e à guerra na linha do "vão andando que eu já lá vou ter" ou "façam-na vocês que eu já não tenho idade para isso mas apoio tudo".
Uma boa tarde para si
O meu aplauso ao seu comentário, caríssimo RMG.
De rmg a 24.04.2014 às 00:47
Meu caro Pedro Correia
Obrigado pelas suas palavras .
Um abraço para si
De Diogo a 24.04.2014 às 15:34
Caro RMG,
Tenho 57 anos e vejo a miséria e o desespero crescente que se passa à minha volta e que os media (muito comedidamente) vão dando conta.
Não sei em que mundo é que o RMG vive. Talvez, que, provavelmente por mérito, ou por sorte, herança ou amizades, o Sr. e os seus filhos e netos não passem hoje por dificuldades. Mas este não é o caso da esmagadora maioria da população.
RMG: «As pessoas querem resolver a sua própria vida e não a do Diogo ou a minha»
Tenho, para mim, que (quase) todas as pessoas não são 100% egoístas. De forma que organizam as suas prioridades e os seus esforços para ajudar em escada: 1 - resolver a sua vida e dos seus familiares mais chegados, 2 - dos amigos e da família alargada, e, 3 – finalmente, quase todos os outros.
Existem, contudo, indivíduos que para se alcandorar a uma situação confortável ou para acrescentar uns milhões à sua conta de milhares de milhões, não sentem qualquer pejo em aldrabar, roubar e matar milhões de pessoas. É contra esta canalha que eu e um número crescente de pessoas se insurge.
Ouve-se muitas vezes dizer que "a violência gera violência", que "a violência nunca consegue nada", ou que "se se usar a violência para nos defendermos daqueles que nos agridem, ficamos ao nível deles". Todas estas afirmações baseiam-se na noção errada de que toda a violência é igual. Mas a violência pode funcionar tanto para subjugar como para libertar:
* Um pai que pegue num taco para dispersar à paulada um grupo de rufias que está a espancar o seu filho, está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Uma mulher que bata com uma pedra na cabeça de um energúmeno que a está a tentar violar, está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Um homem que abate a tiro um assassino que lhe entrou em casa e lhe degolou a família, está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Um polícia que dispara contra um homicida prestes a abater um pacato cidadão, está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Os habitantes de um bairro nova-iorquino que se juntam para aniquilar um bando mafioso (que nunca é apanhado porque tem no bolso os políticos, os juízes e os polícias locais), estão a utilizar a violência de uma forma justa;
* Um povo que usa a força dos músculos e das armas (já que sonegado de todas as entidades que que o deveriam defender), contra a Máfia do Dinheiro acolitada por políticos corruptos, legisladores venais e comentadores a soldo, cujos roubos financeiros descomunais destroem famílias, empresas e a economia de um país inteiro, esse povo está a utilizar a violência de uma forma justa.
Porque, num país em que os políticos, legisladores e comentadores mediáticos estão na sua esmagadora maioria a soldo do Grande Dinheiro, só existe uma solução para resolver a «Crise»... Somos 10 milhões contra algumas centenas de sanguessugas...
De rmg a 24.04.2014 às 19:59
Caro Diogo
Mais uma vez agradeço o seu comentário .
A sua visão do mundo e dos outros que não lhe agradam está bem patente no que escreve noutros locais mas só me dei conta disso depois de lhe escrever ontem , senão teria limitado a minha resposta a agradecer-lhe a sua atenção e a desejar-lhe um bom resto de tarde .
O ar condescendente com que me vem explicar o que é legítimo ou não em termos de violência não abona muito a favor da ideia que faz de mim (e dos outros que nos lêem) , mas dizer que somos 10 milhões define-o : somos 1 + 1 +1 +1 + ... e a soma dá 10 milhões , o que é um pouco diferente .
Que alguns se possam juntar e fazer coisas em conjunto é outra história .
Eu por exemplo juntei-me a alguns faz esta noite 40 anos , com os meus modestos galões de Alferes Miliciano e uma G3 mas não acho nem nunca achei que ninguém me devesse absolutamente nada por isso que , se tivesse corrido mal , teria dado uma boa machadada na carreira do engenheiro recém-licenciado que eu então era .
Em toda a minha vida herdei um pouco menos de 1100€ , a minha mulher nem um tostão , tive até há pouco mais de um ano atrás um filho emigrado na América Latina , um outro no Médio Oriente , outros por aqui em empregos normais , por aí se vê o que aqui vai de amizades e heranças .
E também não lhe passa pela cabeça , pois os misturou na conversa que me era dirigida , que os meus filhos trabalhem todos desde os 18 anos e desde aí sejam independentes e orgulhosos disso .
É evidente que não percebeu que quem , sendo de Lisboa e tendo aqui a base , trabalhou e viveu (sózinho) em 5 distritos diferentes do país durante os últimos 40 anos , em meios onde todos se conhecem e longe das grandes cidades em que todos se exibem , tem obrigação de conhecer o mundo que o cerca .
Mas a sua ideia é defender uma tese e não perceber os outros e é um facto que já me têm chamado estúpido de forma mais directa .
É simpático que do alto da sua superioridade moral me faça o favor de admitir que eu possa ter algum mérito no que fiz e mostra bem que no seu mundo não entram os tipos que não se choram e até admitem que têm dinheiro para pôr gasóleo no carro (mesmo que alguns sejam trabalhadores e honestos) .
Falta explicar onde é que para si "acaba o arame e começa o varão" , isto é , se nos que têm 2 mil euros por mês ou só a partir dos 3 mil euros .
O estilo panfletário que o caracteriza é típico de determinadas correntes político-filosóficas , completamente divorciadas dessas coisas simples e básicas que são os normais anseios e ambições das pessoas aí na rua e em todas as ruas (passo metade do mês no interior do país , numa vila pequena , hábitos que me ficaram - mas agora já não fico sózinho ! ) .
O mundo está todo a soldo do "Grande Dinheiro" e o Diogo quer mudar só este país , com 57 anos e os seus conhecimentos ainda acredita em "ilhas" num mundo globalizado ?
E acha que em 10 milhões de pessoas há 5 milhões de proprietários de carros dispostos a abdicar deles por falta de combustível e peças (era o número de carros ligeiros "com seguro" registados no ISP em 2012 ) , 10 milhões de donos de télémóveis prescindem de os passear (tenho um que nem fotos tira) , sem falar nos computadores , televisores LED (o meu ainda é caixote e de resto eu não a vejo há mais de 20 anos) e todas as outras merdices de que os largos milhões de compatriotas que mais depressa prescindem de um livro em saldo do que de um doce à sobremesa nunca irão abdicar ?
É que ao lê-lo parece que há 100 famílias milionáríssimas e 10 milhões de famintos e pedintes à volta .
E sou eu que não sei do que falo .
A menos que queira mudar essa "nomenklatura" que detesta por outra de que goste e onde eventualmente participe acho que devia ser mais ambicioso .
Portanto tomo a liberdade de lhe dizer para fazer coisas concretas .
Eu ainda as faço tanto em Lisboa como lá pelo interior de que lhe falei .
Não resolvo os grandes problemas do país mas ajudo a resolver os pequenos problemas de quase duas centenas de pessoas e desse modo acho que o mundo fica um pouco melhor.
Como eu vejo a coisa - e admito estar a ser injusto - o meu caro Diogo não resolve nem uma nem outra .
Gostei deste debate , gosto sempre .
Aprendo sempre algo e desta vez também aprendi .
Uma boa noite para si
De Diogo a 28.04.2014 às 13:04
Caro RMG,
Não pretendi ser indelicado consigo. Pretendi apenas dar o meu modesto ponto de vista:
Um povo que usa a força dos músculos e das armas (já que sonegado de todas as entidades que que o deveriam defender), contra a Máfia do Dinheiro acolitada por políticos corruptos, legisladores venais e comentadores a soldo, cujos roubos financeiros descomunais destroem famílias, empresas e a economia de um país inteiro, esse povo está a utilizar a violência de uma forma justa.