Palminhas do PCP à ditadura chinesa
Xi Jinping, o ditador de Pequim, promete fazer a China «grande outra vez»
A República Popular da China é governada desde 1 de Outubro de 1949, com mão de ferro, pelo partido único.
Imaginemos Portugal ser governado nestes últimos 75 anos pela União Nacional, fundada por Salazar.
Em 1949, precisamente, Salazar governava Portugal. E a UN/ANP geriu o país durante mais 25 anos. Até 1974.
Somados a estes, outro meio século desde o 25 de Abril.
Imaginemos 75 anos de ditadura contínua em Portugal durante todo este tempo.
Pois os chineses continentais suportam a ditadura comunista - hoje comunocapitalista - há precisamente três quartos de século.
As frases que se seguem caracterizam a tirania de Pequim, sob o signo da foice e do martelo.
Partidos proibidos.
Eleições proibidas.
Imprensa livre proibida.
Sindicatos livres proibidos.
Greves proibidas.
Manifestações proibidas.
Trabalho escravo autorizado.
Trabalho infantil autorizado.
Liberdades amordaçadas - desde logo em Hong Kong, onde foram traídas as promessas feitas à população do território que em 1997 reverteu do Reino Unido para a soberania de Pequim.
Movimento democrático esmagado em Hong Kong: promessas de liberdade foram traídas
Perante tudo isto, como reage o PCP? Bate palminhas ao comunocapitalismo selvagem chinês.
Basta ler o artigo do histórico Albano Nunes publicado na última edição do Avante!, sob o título "No 75.º aniversário da revolução chinesa".
Alguns excertos (com sublinhados meus):
«O PCP tem para Portugal a sua própria concepção de socialismo, mas procura aprender com a experiência de outros partidos e é com o maior interesse e espírito solidário que acompanha um empreendimento cujo sucesso é da maior importância para as forças do progresso social, da paz e do socialismo.»
«"Servir o povo" foi e continua a ser o lema que guiou o PCC à vitória no longo percurso que passou por grandes lutas da classe operária de Xangai, Cantão e outras cidades.»
«O que globalmente caracteriza a evolução da República Popular da China, mesmo reconhecendo desafios, problemas e contradições que é necessário vencer e superar, são os seus extraordinários avanços e realizações.»
«Um sistema que, passando por diferentes fases, conheceu um extraordinário desenvolvimento das forças produtivas e está hoje na dianteira em numerosos ramos científicos e tecnológicos, o que inquieta sobremaneira o imperialismo.»
«O PCP acompanha com o maior interesse e espírito solidário a acção dos camaradas chineses para a concretização dos elevados ideais da sua revolução libertadora e a sua contribuição para a causa do progresso social, da paz e do socialismo.»
Brutal repressão durante a "Revolução Cultural" provocou mais de um milhão de mortos
Conclusão: os comunistas portugueses adoram ditaduras.
Entoam-lhes hossanas e loas sem a mais remota dúvida, sem o menor sobressalto de consciência.
Está tudo bem, desde que sejam as ditaduras do bando deles.