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Delito de Opinião

Os papagaios de Putin (4)

Pedro Correia, 07.04.22

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6 de Março, na Assembleia da República:

«As intervenções de chefes de Estado na Assembleia da República, ao longo dos últimos anos, têm sido muito limitadas. E têm sido sempre na sequência da realização de visitas institucionais ao nosso país, coisa que neste caso concreto não ocorreu. Além disso a AR, enquanto órgão de soberania, deve ter um papel não para contribuir para a escalada da guerra, não deve ter um papel para contribuir para a confrontação, para o conflito, para a corrida aos armamentos, mas o seu papel deve ser exactamente o oposto. O papel da AR deve ser um papel na defesa da paz. O papel da AR deve ser numa posição para encontrar uma solução negociada para a resolução deste conflito e para o desarmamento. E a proposta que está em cima da mesa [convidar Zelenski a discursar aos deputados portugueses] não vai ao encontro destes objectivos e daí o PCP não ter acompanhado esta mesma proposta. Porque não vai ao encontro do objectivo de defender a paz, de promover uma solução negociada.»

«As sanções [à Rússia] não contribuem para a paz, mas para esta lógica de confrontação, de conflito, de corrida, de escalar esta confrontação da guerra. E é isso, de facto, que nós consideramos que não é o caminho para este conflito. O caminho é, efectivamente, a defesa da paz e é nesse sentido que nós consideramos que a AR se deve posicionar.»

«O caminho que quer os Estados Unidos quer a União Europeia e a NATO estão a prosseguir é exactamente o caminho oposto. Da corrida aos armamentos, da escalada, da confrontação, das sanções que tanto pesam sobre os povos, sobre o nosso povo, sobre o povo europeu, com o agravamento das condições de vida, com este aproveitamento que está a ser feito, está à vista que a guerra não interessa aos povos.»

 

Declarações de Paula Santos, nova líder parlamentar do PCP, quando todos os testemunhos de todos os repórteres presentes na Ucrânia confirmam terem sido cometidos crimes de guerra e contra a Humanidade pelas forças de Putin em diversas cidades, das quais Butcha é um dos símbolos mais trágicos.

Com execuções sumárias, prática de tortura, violações, tomada ilegal de reféns, deportação de populações, apropriação ilegal de bens, destruição sistemática de alvos civis (incluindo hospitais) e ataques a missão humanitárias.

Sem surpresa, o PCP foi o único partido parlamentar que se opôs ao convite feito pela Assembleia da República para uma intervenção do Presidente Volódimir Zelenski, por videoconferência, no hemiciclo de São Bento. Justifica esta recusa em nome da «paz», pervertendo o significado de tão nobre palavra.

Os comunistas comportam-se como cúmplices da acção de guerra provocada por Putin na Ucrânia.

 

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Leitura complementar:

Libération - Carnage en Ukraine, blocage à l'ONU

Le Figaro - Les soldats russes violaient sauvagement les femmes après avoir tué les hommes

The Guardian - "Barbarians": Russian troops leave grisly mark on town of Trostianets

El País - Putin aplica en Ucrania el modelo de brutalidad que ensayó en Chechenia

El Mundo - Putin lanza su gran asalto al Donbas con apoyo de milicias nazis

La Repubblica - A Irpin affiorano i corpi dei bimbi violentati. La superstite: "Stuprata accanto a mia madre agonizzante"

L'Osservatore Romano - L'impotenza dell'Organizzazione delle Nazione Unite nell'attuale guerra in Ucraina

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