Os nossos tradutores no Afeganistão
jpt, 25.08.21
Nunca quis botar sobre o Ministério da Defesa, é uma área de que nada sei e algo opaca (e assim o deve ser). E sobre a saída do Afeganistão nada digo, pois também nada sei, apenas lamento o processo. Mas ouço na televisão que o governo português se prepara para trazer alguns afegãos que trabalharam com o destacamento português (são referidos tradutores, mas possivelmente haverá outros). E cada um terá o direito de vir acompanhado pela esposa. Sendo explicitado que por "apenas uma esposa", no caso de serem indivíduos em casamentos poligínicos. Ou seja, terão que optar por uma delas. E pelos respectivos filhos, decerto.
Ora esta decisão extravasa completamente os assuntos da tutela e são totalmente inaceitáveis. Presumo que virá a ser acolhida pelo silêncio do mundo dos "identitaristas", os que cultuam as Filomenas Cautelas e quejandas. Mas que fique bem explícito para os socratistas, os do governo português e os intelectuais genderísticos, sempre ávidos de usarem "identidades" para sacarem recursos do Estado e nisso incapazes de criticar os santos do PS: diante da poliginia a única posição legítima é defender a total igualdade de direitos de todas as esposas e das suas proles. E esta decisão do governo português - independentemente da sua efectividade -, é uma barbárie (uso o termo de modo consciente), uma sobrevivência ignorante do pior da evangelização de séculos atrás. Em pleno 2021 um paroquialismo de sacristia. Uma vergonha.