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Delito de Opinião

Os cobóis já andam aos tiros

Teresa Ribeiro, 20.04.14

Francisco, no seio católico, não é um nome, é um manifesto. Ao adoptá-lo, Bergoglio sabia que ia provocar o primeiro sobressalto não só na hierarquia, mas nos católicos que se identificam com ela. Em pouco tempo demonstrou também que a escolha do nome do frade, que foi perseguido e ostracizado pela Igreja, não foi um acto isolado de provocação. A cada gesto tem incomodado todos os que se habituaram a fazer do catolicismo uma coreografia e da relação com Deus uma estética ou um pretexto para o exercício narcísico da auto-indulgência.

Não por acaso se diz como piada que "Cristo foi o primeiro comunista da História". A doutrina que vem nos evangelhos e que ele tem usado como palavras de ordem contra o poder financeiro e a injustiça social está a irritar quem espera da religião apenas uma caução moral para o que faz na sua vidinha. E quanto mais o mundo, não só o católico, mas também o cristão em geral se rende aos seus encantos, maior é a desconfiança da casta que não se revê nesta apologia dos ditames esquerdóides de Jesus. 

Sempre mais descomplexados na sua relação com o dinheiro, os cristãos americanos gritam aos quatro ventos o que os seus confrades europeus, entre os quais muitos tugas, resmungam em surdina: Este Papa é marxista!

O ridículo pode matar muita gente, mas nunca os americanos da direita trauliteira.

Ler também:

 

 www.rushlimbaugh.com/daily/2013/11/27/it_s_sad_how_wrong_pope_francis_is_unless_it_s_a_deliberate_mistranslation_by_leftists

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