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Delito de Opinião

Os 35 mais infectados

Pedro Correia, 10.09.20

Dois meses depois, trago aqui novamente o quadro detalhado da evolução do novo coronavírus por todos os países e territórios do planeta, com base em mais de duas dezenas de fontes consultadas e confrontadas - desde logo, a Organização Mundial de Saúde. Quando à escala global existem agora 908.434 mortos e 28.050.208 infectados por Covid-19, oficialmente reconhecidos. Neste período, o número de óbitos quase duplicou, enquanto os novos casos entretanto detectados subiram cerca de 130%.

Um registo que me leva a ordenar assim os países com registo oficial de Covid-19 da seguinte maneira, excluindo micro-estados e nações com menos de um milhão de habitantes:

 

Catar: 43.039 casos por milhão de habitantes

Barém: 33,553

Panamá: 22.886

Chile: 22.302

Koweit: 21.502

Peru: 21.258

EUA: 19.765

Brasil: 19.729

Omã: 17.140

Israel: 15.553

Arménia: 15.291

Colômbia: 13.471

Espanha: 11.621

Argentina: 11.315

África do Sul: 10.806

Bolívia: 10.539

Moldóvia: 10.204

Costa Rica: 10.038

Singapura: 9.767

República Dominicana: 9.287

Arábia Saudita: 9.251

Suécia: 8.493

Bielorrússia: 7.768

Bélgica: 7.732

Emirados Árabes Unidos: 7.665

Rússia: 7.170

Quirguistão: 6.828

Bósnia-Herzegovina: 6.793

Iraque: 6.779

Honduras: 6.603

Equador: 6.339

Irlanda: 6.096

PORTUGAL: 6.039

Casaquistão: 5.663

França: 5.269

 

Notas a destacar, em comparação com a estatística anterior: a pandemia continua em progressão acelerada na zona do Golfo Pérsico e na América Central e do Sul. Em ritmo galopante em países tão diversos como o Panamá (era sétimo em Julho e agora é terceiro), Peru (estava em nono, agora é sexto), Colômbia, Argentina, Bolívia e Costa Rica (que nem figuravam entre os 25 mais infectados). O Brasil sobe de décimo para oitavo.

Pelo contrário, há um claro abrandamento da escalada comparativa de infecções na generalidade dos países europeus. Com destaque para a Suécia (baixa de 13.º para 22.º, Bielorrússia (desce de 14.º para 23.º), Bélgica (era 18.º, agora está em 24.º) e a Irlanda (que passa do vigésimo posto para 32.º). 

Evolução positiva também no Reino Unido (que em Junho era o 15.º país proporcionalmente mais infectado e agora é o 37.º) e em Itália (que baixa de 25.º para 42.º).

Tendência seguida igualmente em Portugal: nestes dois meses, passámos de 23.º para 33.º. Mesmo assim, em termos relativos, somos ainda o quinto país da União Europeia com mais casos de Covid-19 por milhão de habitantes.

Excepção à regra é a nossa vizinha Espanha, que teima em manter-se no pelotão da frente. Pelos piores motivos. Em Julho, estava no 15.º posto desta lista nada invejável e desde então subiu ao 13.º lugar. Neste momento é o único país europeu que figura entre os vinte primeiros.

 

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Deixo também aqui novamente o registo da relação entre o número de óbitos confirmados e a população de cada país, por milhão de habitantes. Seleccionando desta vez 30 para incluir a estatística portuguesa:

Peru: 915

Bélgica: 855

Espanha: 634

Reino Unido: 612

Chile: 611

Bolívia: 611

Equador: 605

Brasil: 604

EUA: 589

Itália: 589

Suécia: 578

México: 535

Panamá: 489

França: 472

Colômbia: 433

Holanda: 364

Irlanda: 360

Arménia: 306

Moldóvia: 272

Irão: 269

África do Sul: 255

Canadá: 242

Argentina: 235

Suíça: 233

Roménia: 209

Bósnia-Herzegovina: 206

Honduras: 206

Iraque: 191

PORTUGAL: 181

República Domicana: 176

 

O destaque pela negativa, desta vez, cabe ao Peru: um salto dramático do 11.º lugar ao primeiro posto nestes dois meses. A mesma tendência ascendente verifica-se noutros países sul-americanos: Chile (de nono para quinto), Equador (de 13.º para sétimo) e Brasil (de 12.º ao oitavo lugar). Além da Bolívia, que em Julho nem figurava entre os vinte com mais óbitos em termos proporcionais. 

Na América do Norte, regista-se um sinal inverso já patente no Canadá (que desce do 15.º ao 22.º posto) e nos EUA (ainda entre os dez mais, mas agora em nono, tendo baixado dois lugares). Só o México contraria esta tendência: subiu do 14.º ao 12.º lugar.

A Itália - que já esteve em primeiro - situa-se hoje na décima posição: há dois meses surgia em quarto. Destaque igualmente para a Suécia, que baixa do 5.º para o 11.º lugar. 

Em rumo inverso, a Espanha troca com o Reino Unido no nada invejável terceiro posto.

 

Ao contrário do que vinha ocorrendo nos meses anteriores, esta lista deixa de ter maioria europeia: neste momento situam-se no Velho Continente apenas quatro das dez nações mais enlutadas, na proporção entre mortos por Covid-19 e a população de cada país. Em Julho, eram oito: Suécia, França, Holanda e Irlanda deixaram de figurar no top ten deste macabro rol dos óbitos mundiais por Covid-19.

Para Portugal, a melhor notícia é a queda para o 29.º posto, confirmando a tendência para a descida já verificada em Julho, quando estávamos em 21.º. Em quatro meses, caímos 17 lugares: convém recordar que no início de Maio ocupávamos a 12.ª posição. A instável Roménia, que na contabilidade anterior tinha cerca de metade do número de óbitos registados em Portugal, está agora à nossa frente.

A má notícia é que ainda figuramos entre os dez mais da União Europeia em número proporcional de mortos. Duplicando os números da Áustria. Apresentando cerca do triplo registado em nações como Polónia, Finlândia e Hungria. E com cerca de seis vezes mais óbitos do que a Grécia, nossa concorrente directa na captação de receitas turísticas internacionais.

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