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Delito de Opinião

Os 25 mais infectados

Pedro Correia, 09.07.20

Um mês depois, trago aqui novamente o quadro detalhado da evolução do novo coronavírus por todos os países e territórios do planeta, com base em mais de duas dezenas de fontes consultadas e confrontadas - desde logo, a Organização Mundial de Saúde. Quando à escala global existem agora 552.438 mortos e 12.187.474 infectados por Covid-19, oficialmente reconhecidos.

Chamo especial atenção para a proporção entre o número de infectados e cada milhão de habitantes dos países que constam deste quadro incompleto (a Coreia do Norte e o Turquemenistão, por exemplo, estão ausentes).

Um registo que me leva a ordenar assim os países com registo oficial de Covid-19 da seguinte maneira, excluindo micro-estados e nações extra-europeias com menos de um milhão de habitantes:

 

Catar: 36.168 casos por milhão de habitantes

Barém: 18.174

Chile: 15.852

Koweit: 12.175

Arménia: 10.240

Omã: 9.829

Panamá: 9.558

EUA: 9.544

Peru: 9.488

Brasil: 8.073

Singapura: 7.763

Luxemburgo: 7.426

Suécia: 7.312

Bielorrússia: 6.797

Espanha: 6.408

Arábia Saudita: 6.322

Islândia: 5.509

Bélgica: 5.367

Emirados Árabes Unidos: 5.362

Irlanda: 5.172

Rússia: 4.847

Moldóvia: 4.579

PORTUGAL: 4.400

Reino Unido: 4.227

Itália: 4.405

 

Notas a destacar, em comparação com a estatística anterior: a pandemia continua em progressão acelerada na zona do Golfo Pérsico (que os telediários portugueses nunca reportam) e na América Central e do Sul. No Brasil, mais do que duplicaram os registos de infecção ao longo deste mês, no Chile duplicaram e no Panamá quase triplicaram. 

Os países europeus deixaram pela primeira vez de figurar entre os dez mais infectados. Agora o mais próximo de nós que integra este quadro é a Arménia, já situada na Ásia Menor. Vale a pena acentuar o caso de Espanha, que há 30 dias estava no 6.º lugar e agora caiu para 15.º, em evidente regressão comparativa. Ao contrário da Suécia, que sobe ligeiramente (de 14.º para 13.º).

Em queda estão também o Luxemburgo (antes em 5.º, agora em 12.º), a Bélgica (baixa de 11.º para 18.º), a Irlanda (cai de 12.º para vigésimo), e sobretudo a Itália (há dois meses era a quinta mais infectada, há um mês figurava em 18.º lugar e agora ocupa o último posto destes 25). Igual tendência verifica-se no Reino Unido (baixa de 15.º para 24.º).

Mantém-se a ausência neste quadro de países europeus como França, Holanda e Suíça, que já estiveram em lugares cimeiros. Nos dez mais, destaca-se a entrada do Brasil, onde a progressão de novos casos de coronavírus segue em aceleração contínua: basta recordar que há um mês estava oficialmente atrás de Portugal, na 23.ª posição.

O nosso país continua entre os 25 mais infectados, tendo recuado apenas um posto: a nossa queda comparativa é muito inferior, por exemplo à do Reino Unido, que há 30 dias estava em 15.º lugar e passou a ter menos infectados por milhão de habitante do que nós. Em termos relativos, somos hoje o sexto país da União Europeia com mais casos de Covid-19, o que explicará, em larga medida, o facto de integrarmos várias listas de nações a evitar pelos turistas no âmbito comunitário.

 

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Deixo também aqui novamente o registo da relação entre o número de óbitos confirmados e a população de cada país, por milhão de habitantes. Seleccionando desta vez vinte e um para incluir a estatística portuguesa:

Bélgica: 844

Reino Unido: 656

Espanha: 607

Itália: 577

Suécia: 543

França: 459

EUA: 407

Holanda: 358

Chile: 344

Irlanda: 352

Peru: 338

Brasil: 320

Equador: 276

México: 254

Canadá: 231

Suíça: 227

Panamá: 190

Arménia: 181

Luxemburgo: 176

Rep. Dem. Congo: 172

PORTUGAL: 160

 

Destaco aqui a permanência no topo da Bélgica (um país de que se fala muito pouco em associação com a pandemia, apesar de quase todos os órgãos de informação portugueses terem correspondentes em Bruxelas). A Itália - que já esteve em primeiro - mantém-se agora fora do pódio. E a Espanha cede pelo segundo mês consecutivo ao Reino Unido o nada invejável segundo posto.

Destaques, também aqui, para os óbitos registados no continente americano: desde logo os Estados Unidos da América (que sobem de sétimo para oitavo), o nada badalado Canadá (que cai do 11.º para o 15.º posto) e o preocupante Chile (pela primeira vez na lista dos dez países com mais óbitos por milhão de habitantes, ultrapassando até Brasil e Peru). 

Mesmo assim, esta continua a ser uma lista predominantemente europeia, com oito em dez nações nesta proporção entre mortos por Covid-19 e a população de cada país. 

Para Portugal, a melhor notícia é a nossa ausência da macabra lista dos vinte com mais óbitos. Saímos à tangente, estando agora em 21.º lugar, devido à entrada de um país africano, a República Democrática do Congo. Em dois meses, caímos nove lugares: no início de Maio, convém recordar, ocupávamos a 12.ª posição.

A má notícia é que ainda integramos este triste top ten da União Europeia. Com cerca do dobro de óbitos ocorridos em países como Áustria ou Roménia. Ou cerca do triplo registado em nações como Noruega, Finlândia e Hungria. E quatro vezes mais do que na Polónia, Sérvia ou Bulgária. E cerca de oito vezes mais do que a Grécia, nossa concorrente directa na captação de receitas turísticas internacionais.

2 comentários

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    Pedro Correia 12.07.2020

    Não só os ingleses, meu caro. Também dinamarques, austríacos, finlandeses, noruegueses, gregos, vários mais.

    Há de momento um problema reputacional notório, associando Portugal ao novo coronavírus.
    Consequência também de se ter andado a brincar aos "milagres", durante semanas a fio, em publirreportagens fofinhas na imprensa internacional.
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