Os 25 mais infectados
Um mês depois, trago aqui novamente o quadro detalhado da evolução do novo coronavírus por todos os países e territórios do planeta, com base em mais de duas dezenas de fontes consultadas e confrontadas - desde logo, a Organização Mundial de Saúde. Quando à escala global existem agora 552.438 mortos e 12.187.474 infectados por Covid-19, oficialmente reconhecidos.
Chamo especial atenção para a proporção entre o número de infectados e cada milhão de habitantes dos países que constam deste quadro incompleto (a Coreia do Norte e o Turquemenistão, por exemplo, estão ausentes).
Um registo que me leva a ordenar assim os países com registo oficial de Covid-19 da seguinte maneira, excluindo micro-estados e nações extra-europeias com menos de um milhão de habitantes:
Catar: 36.168 casos por milhão de habitantes
Barém: 18.174
Chile: 15.852
Koweit: 12.175
Arménia: 10.240
Omã: 9.829
Panamá: 9.558
EUA: 9.544
Peru: 9.488
Brasil: 8.073
Singapura: 7.763
Luxemburgo: 7.426
Suécia: 7.312
Bielorrússia: 6.797
Espanha: 6.408
Arábia Saudita: 6.322
Islândia: 5.509
Bélgica: 5.367
Emirados Árabes Unidos: 5.362
Irlanda: 5.172
Rússia: 4.847
Moldóvia: 4.579
PORTUGAL: 4.400
Reino Unido: 4.227
Itália: 4.405
Notas a destacar, em comparação com a estatística anterior: a pandemia continua em progressão acelerada na zona do Golfo Pérsico (que os telediários portugueses nunca reportam) e na América Central e do Sul. No Brasil, mais do que duplicaram os registos de infecção ao longo deste mês, no Chile duplicaram e no Panamá quase triplicaram.
Os países europeus deixaram pela primeira vez de figurar entre os dez mais infectados. Agora o mais próximo de nós que integra este quadro é a Arménia, já situada na Ásia Menor. Vale a pena acentuar o caso de Espanha, que há 30 dias estava no 6.º lugar e agora caiu para 15.º, em evidente regressão comparativa. Ao contrário da Suécia, que sobe ligeiramente (de 14.º para 13.º).
Em queda estão também o Luxemburgo (antes em 5.º, agora em 12.º), a Bélgica (baixa de 11.º para 18.º), a Irlanda (cai de 12.º para vigésimo), e sobretudo a Itália (há dois meses era a quinta mais infectada, há um mês figurava em 18.º lugar e agora ocupa o último posto destes 25). Igual tendência verifica-se no Reino Unido (baixa de 15.º para 24.º).
Mantém-se a ausência neste quadro de países europeus como França, Holanda e Suíça, que já estiveram em lugares cimeiros. Nos dez mais, destaca-se a entrada do Brasil, onde a progressão de novos casos de coronavírus segue em aceleração contínua: basta recordar que há um mês estava oficialmente atrás de Portugal, na 23.ª posição.
O nosso país continua entre os 25 mais infectados, tendo recuado apenas um posto: a nossa queda comparativa é muito inferior, por exemplo à do Reino Unido, que há 30 dias estava em 15.º lugar e passou a ter menos infectados por milhão de habitante do que nós. Em termos relativos, somos hoje o sexto país da União Europeia com mais casos de Covid-19, o que explicará, em larga medida, o facto de integrarmos várias listas de nações a evitar pelos turistas no âmbito comunitário.
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Deixo também aqui novamente o registo da relação entre o número de óbitos confirmados e a população de cada país, por milhão de habitantes. Seleccionando desta vez vinte e um para incluir a estatística portuguesa:
Bélgica: 844
Reino Unido: 656
Espanha: 607
Itália: 577
Suécia: 543
França: 459
EUA: 407
Holanda: 358
Chile: 344
Irlanda: 352
Peru: 338
Brasil: 320
Equador: 276
México: 254
Canadá: 231
Suíça: 227
Panamá: 190
Arménia: 181
Luxemburgo: 176
Rep. Dem. Congo: 172
PORTUGAL: 160
Destaco aqui a permanência no topo da Bélgica (um país de que se fala muito pouco em associação com a pandemia, apesar de quase todos os órgãos de informação portugueses terem correspondentes em Bruxelas). A Itália - que já esteve em primeiro - mantém-se agora fora do pódio. E a Espanha cede pelo segundo mês consecutivo ao Reino Unido o nada invejável segundo posto.
Destaques, também aqui, para os óbitos registados no continente americano: desde logo os Estados Unidos da América (que sobem de sétimo para oitavo), o nada badalado Canadá (que cai do 11.º para o 15.º posto) e o preocupante Chile (pela primeira vez na lista dos dez países com mais óbitos por milhão de habitantes, ultrapassando até Brasil e Peru).
Mesmo assim, esta continua a ser uma lista predominantemente europeia, com oito em dez nações nesta proporção entre mortos por Covid-19 e a população de cada país.
Para Portugal, a melhor notícia é a nossa ausência da macabra lista dos vinte com mais óbitos. Saímos à tangente, estando agora em 21.º lugar, devido à entrada de um país africano, a República Democrática do Congo. Em dois meses, caímos nove lugares: no início de Maio, convém recordar, ocupávamos a 12.ª posição.
A má notícia é que ainda integramos este triste top ten da União Europeia. Com cerca do dobro de óbitos ocorridos em países como Áustria ou Roménia. Ou cerca do triplo registado em nações como Noruega, Finlândia e Hungria. E quatro vezes mais do que na Polónia, Sérvia ou Bulgária. E cerca de oito vezes mais do que a Grécia, nossa concorrente directa na captação de receitas turísticas internacionais.