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Delito de Opinião

Os 20 mais infectados

Pedro Correia, 12.02.21

Três meses depois, trago aqui novamente o quadro detalhado da evolução do novo coronavírus no planeta, com base em mais de duas dezenas de fontes consultadas e confrontadas - desde logo, a Organização Mundial de Saúde. Quando à escala global existem agora quase 2,4 milhões de mortos (cifra que praticamente duplicou neste período) e 108,4 milhões de infectados (mais do dobro em relação ao registo anterior) por Covid-19, oficialmente reconhecidos. 

Um registo que me leva a ordenar os países com registo oficial de infecções da seguinte maneira, excluindo micro-estados e nações com menos de um milhão de habitantes:

 

República Checa: 100.172 casos por milhão de habitantes

Eslovénia: 85.200

EUA: 84.294

Israel: 77.916

PORTUGAL: 76.473

Panamá: 75.768

Lituânia: 70.281

Geórgia: 66.425

Espanha: 65.036

Barém: 65.553

Bélgica: 63.086

Suíça: 62.054

Suécia: 59.634

Holanda: 59.289

Reino Unido: 58.712

Croácia: 57.881

Arménia: 56.909

Catar: 55.524

França: 55.120

Eslováquia: 50.154

 

Notas a destacar, em comparação com a estatística anterior

A pandemia reforça a tendência para se consolidar na Europa: 70% dos países onde se registam mais infecções estão situados neste continente. E é aqui que se verificam também os aumentos mais preocupantes, evidenciados neste intervalo de três meses. Com destaque pela negativa para Portugal, que salta do 25.º posto registado em Novembro para o quinto lugar actual. Quadruplicando os números anteriores.

É uma tendência ocorrida noutros países europeus. A Eslovénia sobe 16 lugares neste quadro: em Novembro figurava em 18.º O salto da Geórgia acompanha o português, ao passar de 28.º para oitavo. E a Lituânia, agora em sétimo, não figurava sequer entre os 30 países com mais infecções há três meses.

À frente de Portugal, além da Eslovénia, estão apenas a República Checa (sobe de quarto para primeiro), os EUA (antes oitavo, agora terceiro) e Israel (dois lugares acima do que estava em Novembro). Mas há subidas igualmente sombrias na Suécia (que estava fora do anterior quadro dos 30 países com mais casos acumulados e figura agora em 13.º lugar), Reino Unido (de 26.º para 15.º), Croácia (de 27.º para 16.º) e Itália (de 29.º para o 22.º posto actual). A Holanda, onde têm ocorrido protestos violentos contra o recolher obrigatório, cresce ligeiramente (de 17.º para 14.º).

Espanha e Suíça mantêm as posições. No continente europeu, só há recuos significativos na Bélgica (anterior terceiro, agora em 11.º lugar) e França (baixa de 11.º para vigésimo).

Fora da Europa, destaque para os recuos no Brasil (de 16.º para o 21.º posto actual) e na Argentina (que desce dez posições, de 13.º para 23.º).

Recordo que Portugal figurava em 34.º lugar no quadro de Outubro, quando éramos o nono país da União Europeia na proporção entre o número de contágios por Covid-19 e o número de habitantes. Em Novembro estávamos em sétimo. Agora subimos a este pódio que ninguém inveja.

Em termos comparativos, à mesma escala, temos em Portugal o dobro dos infectados por Covid-19 existente em países como Roménia, Estónia ou Dinamarca. Triplicamos os números de Chipre e Alemanha. Registamos quatro vezes mais casos do que Bolívia, Paraguai e Tunísia. E dez vezes mais infectados do que a Índia ou a Malásia.

 

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Deixo também aqui novamente o registo da relação entre o número de óbitos confirmados e a população de cada país, por milhão de habitantes:

 

Bélgica: 1855

Eslovénia: 1769

Reino Unido: 1696

República Checa: 1670

Itália: 1535

Bósnia-Herzegovina: 1490

EUA: 1466

PORTUGAL: 1462

Hungria: 1404

Bulgária: 1382

Espanha: 1373

México: 1320

Peru: 1294

Croácia: 1287

Panamá: 1279

França: 1236

Suécia: 1220

Lituânia: 1126

Suíça: 1119

Colômbia: 1113

 

Na relação entre os óbitos por Covid-19 e o número de habitantes, torna-se ainda mais claro o predomínio do Velho Continente. Entre os dez países com mais mortos, em termos proporcionais, nove estão na Europa. Um quadro bem diferente em comparação com o de Novembro, quando sete destes dez se situavam no continente americano.

A Bélgica mantém-se no topo da lista. No segundo posto está agora a Eslovénia, que há três meses figurava num discreto 27.º lugar. Tendência ascendente acompanhada pela República Checa (era 18.ª, agora está em quarto), Itália (sobe de 12.º para quinto) e Bósnia-Herzegovina (de 19.º para sexto).

O mesmo sucede em Portugal, ausente em Outubro da lista dos 30 com mais óbitos por milhão de habitantes. Regressámos em Novembro, no 28.º posto, e agora estamos em oitavo. Um dos aumentos mais significativos - e nada lisonjeiros - não apenas no quadro da União Europeia, onde somos hoje o quinto país mais enlutado, em termos proporcionais, mas à própria escala mundial. Pior ainda do que em Maio, quando ocupámos a 12.ª posição.

Em tendência inversa estão Espanha (terceiro com mais óbitos em Novembro, agora em 11.º) e França (baixa de 13.º para 16.º). O mesmo ocorre em vários países americanos: Brasil (cai de quarto para 21.º), Argentina (outra queda abrupta, de quinto para 22.º), México (antes oitavo, agora 12.º), Peru (era segundo em Novembro) e Colômbia (baixa de 14.º para 20.º). 

Nenhum país de África ou Ásia figura neste quadro.

Infelizmente as estatísticas demonstram que, em termos proporcionais, temos em Portugal o dobro dos óbitos por Covid-19 ocorridos em países como Alemanha, Irlanda, Letónia ou Irão. Quadruplicamos o registo da Estónia ou da Dinamarca. E acumulamos cerca de dez vezes mais vítimas mortais do que Chipre, Uruguai ou Finlândia.

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