Opções claras: a política está de volta
Kamala Harris e Tim Walz: o duo democrata na corrida à Casa Branca
Donald Trump e J. D. Vance: o duo republicano na corrida à Casa Branca
Anteontem fiquei algo perplexo com a escolha de Kamala Harris para seu parceiro na corrida presidencial. Tim Walz, candidato a vice-presidente oriundo do Minnesota, estado tradicionalmente fiel ao voto nos democratas e conotado com a ala mais à esquerda deste partido.
Hoje, pensando melhor, considero que faz sentido. É uma réplica à escolha do Trump. O republicano foi buscar um candidato não moderado, que reforça muito o perfil conservador da sua candidatura (ultrapassando-o até pela direita, se é que este conceito geográfico ainda faz sentido). Harris traçou uma linha simétrica: foi buscar alguém que a iguala ou até ultrapassa em "esquerdismo" (reitero a ressalva anterior).
O que teremos afinal?
Um claro debate ideológico, opções muito diferentes em confronto aberto. Sem nenhum "centrão" a intrometer-se, sem vozes moderadas a atrapalhar.
Enfim, a velha política dicotómica está de volta. Não era isso que muitos pretendiam, dentro e fora dos Estados Unidos da América?
Neste aspecto estaremos sem dúvida perante o maior confronto presidencial do século XXI até agora. Posições firmes, sem ambiguidades, muito antagónicas, tendencialmente extremadas.
Gostemos ou não, é aquilo a que alguns ainda chamam democracia.