Olivais
Cresci nos Olivais, freguesia lisboeta. 25 anos depois ter partido, de duas décadas em Moçambique, voltei a viver aqui. Choquei com o envelhecimento geral (que é natural, e bom, mostra que as pessoas vivem até tarde). E com o empobrecimento da vida social, que terá razões que me ultrapassam. E com alguma degenerescência infraestrutural. Talvez mais aparente do que real, mas muito aparente. Nos últimos dois anos bloguei meia dúzia de textos sobre freguesia, entre o memorialismo e o espanto desencantado pela actualidade. E insisti na desadequação cultural do pequeno poder de freguesia. Alguns amigos respondem-me "lá estás contra o PS!". E se calhar com alguma razão, tenho um viés escaldado com o partido.
Mas não é só isso. Vizinhos, mais envolvidos na vida associativa olivalense, enviam-me agora mesmo, no dia seguinte às eleições, este texto. É uma comemoração da esmagadora vitória eleitoral da lista PS nesta freguesia. Quem o escreve é a responsável pelo pelouro da educação desta junta de freguesia, com mais de 30 mil habitantes, no centro da capital, 2017. Reflectir sobre isto tem que ultrapassar as simpatias/militâncias partidárias. É boçal? É. Mas muito mais do que isso, é totalmente excêntrico a uma mentalidade democrática. E é isto, esta visão da política e do mundo, que um aparelho de um partido nacional consagra. Repito, no pelouro da educação, no centro da capital, em 2017. Agora digam-me que é só o meu viés ...
"Olá malta do Face. A partir de hoje é esta gentinha maravilhosa, competente, trabalhadora e linda que vai governar a Freguesia mais linda de Lisboa Para quem não gostar é só mudar de país que nós agradecemos e a qualidade do ar nos Olivais vai ficar melhor de certeza Ao grupo que nos queria derrubar um adeus até nunca , voltem para Loures"