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Delito de Opinião

Obrigado, mas não consigo nem quero "compreendê-los"

Pedro Correia, 12.01.15

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Os assassinos do assalto ao Charlie Hebdo combateram aquilo que consideram blasfémia violando o mais sagrado dos direitos: o direito à vida. Usando armas de guerra para matar gente desarmada.

O tiro disparado contra o polícia ferido, que pedia clemência estendido no solo, permanecerá muito tempo na memória colectiva. Como um retrato da barbárie à solta numa cidade que se orgulhava de ser sinónimo de civilidade e sofisticação.
Um crime repugnante, cobarde, inaceitável.

 

Dizem-me que devemos procurar as "justificações" de quem premiu o gatilho. Penso precisamente o contrário. O respeito pela memória das vítimas de Paris obriga-nos a não alimentar atenuantes de qualquer espécie para estes crimes.

Claro que nestas ocasiões há sempre quem defenda que a culpa é da "sociedade", das "injustiças" ou da "marginalização" a que são sujeitos certos grupos étnicos ou religiosos.

As práticas criminosas concretas ficam diluídas neste caldo de palavras abstractas capaz de inverter a realidade mais básica. Transformando-se os criminosos em vítimas e as vítimas em cúmplices passivos de um sistema iníquo que segrega os seus monstros.

É de imediato excluída, à luz deste critério, toda a responsabilidade individual.

 

No limite, mandam-nos "compreender" a burca. E a escravização de meninas e mulheres. E a mutilação genital feminina. E as crianças forçadas a transformar-se em bombistas suicidas, como vem sucedendo no nordeste da Nigéria. E os apelos à guerra aos blasfemos do Ocidente propagados por imãs e mulás em mesquitas de Londres a Teerão.

"Compreenda-os" e justifique-os quem quiser. Eu não consigo. Nem quero.

2 comentários

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    Pedro Correia 13.01.2015

    Não consigo compreender quem nos quer destruir. Quem mata, estropia, viola, decapita, extermina.
    Não consigo compreender quem faz tábua rasa de um milénio de conquistas civilizacionais. Hoje, com o totalitarismo islâmico, como ontem, com o totalitarismo nazi.
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