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Delito de Opinião

O referendo na Catalunha.

Luís Menezes Leitão, 12.09.17

A quem lhe dizia que a Índia estava muito melhor gerida pelos britânicos, Gandhi respondeu: "Não há nenhum povo que não prefira o seu próprio mau governo ao bom governo dos outros". A Catalunha é a região mais rica da Península Ibérica e pode perfeitamente subsistir sozinha, se o quiser. Efectivamente corre o risco de não voltar a entrar na União Europeia se for independente, em virtude do provável veto de Espanha, mas esse é um risco que cabe aos catalães decidir correr. Mas também se dizia que Timor não conseguia subsistir fora da Indonésia e foi o que se viu.

 

Invocar uma Constituição espanhola de 1978 para querer impedir a Catalunha de organizar um referendo para a sua independência em 2017 é perfeitamente ridículo. A nossa Constituição de 1933 também dizia que Angola e Moçambique eram parte integrante do território nacional e não foi por isso que Portugal deixou de lhes dar independência em 1975. Há que reconhecer a realidade existente para além das ficções jurídicas. E uma Constituição que considera que uma nação como a Catalunha não passa de uma Comunidade Autónoma semelhante à Andaluzia está completamente fora da realidade.

 

A Catalunha pode ou não ser independente, consoante a vontade maioritária do seu povo decidir. Mas para isso é preciso que o seu povo seja ouvido, por muito folclórico que alguém o ache. E tal só pode ocorrer por via de referendo. Fizeram-se referendos no Quebeque e na Escócia sem problema algum e os seus habitantes aceitaram pacificamente a decisão, continuando a pertencer respectivamente ao Canadá e ao Reino Unido. Se calhar Mariano Rajoy até ganharia hoje um referendo na Catalunha. Ao optar por não o fazer, preferindo usar a força contra o povo catalão, está no fundo a repetir a velha receita do General Espartero, duque da la Victoria, que nas guerras carlistas declarou que "hay que bombardear Barcelona cada 50 años para mantenerla a raya", preceito que tem sido sistematicamente seguido por Espanha até ao bombardeamento franquista de 1939. Desta simpática receita ficaram felizmente livres os portugueses em 1640. Por isso, pela minha parte apoio integralmente que os catalães tenham a mesma sorte.

3 comentários

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    SemioZeus 12.09.2017

    WW
    Você apoia o Globalismo?
    O caminho que está a ser construído pelo Cartel que imprime dinheiro do ar e quer acabar com fronteiras para controlar tudo através de meia dúzia de Corporações.
    O comentário do xico não me espanta, a maioria está a comer a Agenda como gado para o matadouro mas, essa de si não esperava depois de tudo o que por aqui escrevi.

    No mínimo, muitos já começaram a perceber que o poder político real e actual não reside nos representantes públicos eleitos mas, em pessoas físicas e reais que exercem o Poder por trás dos bastidores, fora do controle das instituições democráticas.
    Há quem lhe chame shadow government (governo sombra), eu chamo-lhes psicopatas com criados sociopatas e respectivos paus-mandados.
    O objectivo final, presentemente até está à vista, querem um Governo Global Totalitário porque os 3/4 de bens reais deste Planeta não lhes chega, na sua psicopatia, parte da população até é dispensável e, como um deles dizia:

    "It is infinitely easier to to kill a million people than to control a million people"
    (é infinitamente mais fácil matar um milhão de pessoas do que controlar um milhão de pessoas), a minoria psicopata, preocupa-se muito com estes "pormenores".
    (*dizia porque, Zbigniew Brzezinski morreu este ano mas, infelizmente, há outros como ele)

    Tentando resumir, o chamado governo sombra, como um governo oficial, tem cinco ramos que podem ser identificados.

    Estes ramos são: o Poder Executivo, o Departamento de Inteligência, o Departamento de Guerra, o Departamento de Indústria de Armas e o Departamento Financeiro.
    No entanto, ao contrário de um governo oficial, o propósito dos ramos não-executivos é simplesmente o de distribuir várias funções, sem quaisquer limitações ou inspeções, ao contrário de um sistema governamental cuja tarefa é manter a balança entre as diversas facções e impedir que uma delas acumule poder em excesso. Quando o dinheiro não falta, bastando teclar, nem precisam controlar a despesa, as "ovelhas" só têm servido para transformar dinheiro virtual em bens reais.
    Estes cinco ramos terão como objetivo geral exercer o controlo encoberto:

    1) Recolhendo informações institucionais e pessoais abrangentes.
    2) Estabelecer políticas nacionais e internacionais, independentemente do governo eleito.
    3) Desenvolvimento de armas e equipamentos para, com estes, estabelecer unidades militares de elite pequenas, especializadas, altamente móveis, para efetuar essas políticas encobertas, quando necessário, sem ter que confiar nos serviços armados oficiais ("não confiáveis").
    4) Desenvolver uma capacidade armada para repelir qualquer ameaça ao status quo (incluindo impactos ontológicos, sociais e económicos incertos) através do desenvolvimento de uma rede de vigilância terrestre e espacial (Star Wars / BMDO e rede de armas SDI)
    5) Negar todo o tipo de informação comprometedora, a todos aqueles que estão fora dos níveis de política que não tenham "necessidade de o conhecer" (os "anjinhos" que acabam por nem saber quem andam a servir).
    6) Exercer o controle sobre a oferta de dinheiro, disponibilidade de crédito e o valor do dinheiro, através de decisões políticas tomadas fora dos governos oficiais.
    Todos estes mecanismos de controle servem para preservar ou promover a agenda de um grupo internacional, com agentes de influência e influência poderosa. Esta agenda é, de acordo com o senador Barry Goldwater que "As fronteiras nacionais devem ser obliteradas e uma regra mundial estabelecida".

    A parte mais visível:
    CFR Council on Foreign Relations (Conselho de Relações Exteriores que promove a transição de um grupo de Estados-Nação para um Governo Global) [Presidente: Peter G. Peterson; sede: 58 E. 68th Street, Nova Iorque, NY 10021]

    TC The Trilateral Commission (Comissão Trilateral que coordena as iniciativas económicas do Grupo dos Sete, com outros "países desenvolvidos" onde tomam decisões sobre os "países subdesenvolvidos") [Chairman: Paul Volcker; headquarters: 345 E. 46th Street, New York, NY 10017]

    BG Bilderberg Group (que se concentra nas estratégicas militares e políticas, nos corredores de poder político da Europa Ocidental, na Norte-Americana e Japão) [a presidência vai girando e, um ex-presidente foi o príncipe Bernhard da Holanda.
    Nem me chegariam 20 comentários...
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    WW 12.09.2017

    Zeus Você agora surprendeu-me, o enfraquecer do estado Nação é uma das formas dos globalistas levarem a sua avante, penso que isto é óbvio pelo menos para mim.
    Concerteza já ouviu falar da " dinâmica " da europa das regiões...
    Sou Nacionalista mas sem a vertente uber alles , já viu o pormenor dessa empresa se chamar "uber".
    Creio que o nacionalismo é o primeiro passo para combater o globalismo e neste caso da Catalunha embora "muitos " o queiram comparar com a Escócia são totalmente distintos.
    O Brexit foi um passo fora da agenda global mas se tudo correr mal ainda o vão conseguir reverter, além de que Trump tem recuado em toda a linha.
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