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Delito de Opinião

O Raposão, com a ministra no México

jpt, 27.11.18

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(Teodorico e Alpedrinha por Rui Campos Matos)

 

Foi-se a ministra, orgulhosamente lesbiana, a Guadalajara, decerto que com adido à ilharga – mas não a Cuernavaca com o necessário Cônsul, estou disso certo – e por lá resmungou algo, sobranceira a portugueses, Portugal e seus jornalistas e jornaleiros. Entretanto, cá longe, noutro “lá fora”, ando eu a reler, 35 anos depois, o “Relíquia”. Eça não é, diz quem sabe, o Zola, o Balzac, muito menos o Flaubert, mas é o que temos, e ainda que me solavanque o encanto – tetrali o “Os Maias” por causa do filme de João Botelho, e disso me apercebi, já nada adolescente ou vinteanista, franzindo o meu cenho ao traço grosso da caricatura que escorrega daquele Ega – continua uma delícia.

 

Enfim, perorava a ministra lá em Guadalajara quando o Raposão, o bom do Teodorico, me aportou a Alexandria, naquela sua ímpia, pois humana, peregrinação à então Terra Santa. Logo se acolheu ao afamado e recomendado “Hotel das Pirâmides”, deparando-se com um patrício (onde é que não há um português?), “moço de bagagens e triste“, ali algo desvalido dados os infortúnios de amores e impensares, o Alpedrinha, figura ímpar do panteão queiroziano, mais que não seja por aquela sua sábia e monumental saída, que em mim habitava sem lhe recordar a autoria (“Tu já estiveste em Jerusálem, Alpedrinha?“, perguntou-lhe o Teodorico, “Não senhor, mas sei … Pior que Braga, algo que talvez tenha acicatado aquele Luiz Pacheco). Chegava-se pois, no mesmo fim-de-semana da ministra no México, o bom do Teodorico às terras da Esfinge e, lá de tão longe, responde à sáfica governante: “E se o cavalheiro trouxesse por aí algum jornal da nossa Lisboa, eu gostava de saber como vai a política.”, atreveu-se o Alpedrinha. “Concedi-lhe generosamente todos os “Jornais de Notícias” que embrulhavam os meus botins“, logo concedeu o malandrote.

Isto nem em Cuernavaca lá iria. Quanto mais em Guadalajara.

7 comentários

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    jpt 28.11.2018

    Não sei quem seja o referido, fiquei sem perceber
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    Sarin 28.11.2018

    Ah, jpt, anda ele a exportar coisas tão in e o jpt anda tão out...


    https://luisonofre.com/product-category/fw2018/
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    jpt 29.11.2018

    sapatos? Confesso que fiquei surpreendido, não alcançara ...
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    Sarin 29.11.2018

    Ouvi há uns tempos que, quando algumas das nossas mulheres polítcas (não percebi porquê apenas elas) vão em representação diplomática, se vestem e calçam com estilistas portugueses. Não sei se será verdade, mas pareceu-me bonito que um representante da Cultura Portuguesa o fizesse, homem ou mulher.
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    jpt 29.11.2018

    Não fazia mínima ideia, e como não conhecia a marca julguei (honestamente) que estava a aludir a um dos escritores (que eu desconheceria) na comitiva literária.
    Mas o que refere sobre a tendência nacionalista das vestes das governantes portuguesas aquando no estrangeiro é uma delícia - como referi nesta caixa de comentários muito se fala, atabalhoadamente, de criticar a ideologia e as práticas machistas, muito agit-prop e muita lábia, e depois reproduzem os estereótipos - os rapazes vestem-se como querem e as meninas levam os trapos e as socas nacionais, que é para anunciantes que lhes servem os corpitos - seja lá qual for a sua preferência sexual. Isto seria risível se não fosse miserável.
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    jpt 29.11.2018

    Não foi nesta caixa de comentários que aludi a isso, mas para o caso pouco importará
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