O que diz Vargas Llosa
Excelente entrevista de Mario Vargas Llosa à revista dominical do El País a propósito do seu mais recente livro, O Apelo da Tribo - ensaio sobre sete pensadores liberais: Adam Smith, Friedrich von Hayek, Isaiah Berlin, Jean-François Revel, José Ortega y Gasset, Karl Popper e Raymond Aron.
Alguns excertos:
«A democracia avançou e os direitos humanos passaram a ser reconhecidos fundamentalmente graças aos pensadores liberais.»
«O liberalismo não apenas admite mas estimula a divergência. Reconhece que uma sociedade está composta por seres humanos muito diferentes e que é importante preservá-la assim.»
«O nacionalismo é uma tendência retrógrada, arcaica, inimiga da democracia e da liberdade, e está sustentado em ficções históricas, em grandes mentiras, nisso a que agora chamamos pós-verdades históricas.»
«O liberalismo defende algumas ideias básicas: a liberdade, o individualismo, a rejeição do colectivismo e do nacionalismo; no fundo, de todas as ideologias ou doutrinas que limitam ou interditam a liberdade na vida social.»
«Ninguém medianamente lúcido quer para o seu país um modelo como o da Coreia do Norte, ou o de Cuba, ou o da Venezuela: o marxismo já é marginal na vida política, ao contrário do populismo, que ameaça corromper as democracias por dentro, é muito mais sinuoso do que uma ideologia.»
«A correcção política é inimiga da liberdade porque rejeita a honestidade e a autenticidade. Devemos combatê-la como um desvio da verdade.»
«Andamos sobrecarregados por uma tecnologia que se colocou ao serviço da mentira, da pós-verdade, e que pode chegar a ser, se não combatermos este fenómeno, profundamente destruidora e corruptora da civilização, do progresso, da verdadeira democracia.»