O princípio de Peter.
Há um princípio que tem vindo a ser defendido na ciência da administração, denominado o princípio de Peter, que procura explicar porque é que as coisas correm sempre mal. Segundo o mesmo, nas organizações as pessoas vão sendo sempre promovidas até atingirem uma função para a qual são absolutamente incompetentes. A partir daí deixam de ser promovidas, pelo que normalmente passarão a vida toda nessa função, que não são manifestamente capazes de desempenhar. A menos que aconteça um descalabro que demonstre essa absoluta incompetência, caso em que terão de ser demitidas.
O princípio de Peter explica o que se passou ontem com a selecção do Brasil. Desde o jogo inaugural com a Croácia que se percebia que a equipa do Brasil era fraquíssima, e nem o talento de Neymar permitia elidir essa conclusão óbvia. No entanto, era manifesto que o Brasil estava a ser levado ao colo pelos árbitros, como demonstrou no jogo inaugural o árbitro japonês que inventou um penalty absolutamente inexistente, levando a que os próprios brasileiros, com o humor que os caracteriza, o tivessem qualificado como o melhor jogador do Brasil em campo. E a verdade é que depois do jogo inaugural, a selecção brasileira não conseguiu convencer em jogo nenhum, ainda que tenha sempre passado à fase seguinte. Por isso, a qualquer altura poderia chegar a hora da verdade, como ocorreu ontem, com a selecção brasileira a ser absolutamente triturada pela Alemanha, sem conseguir esboçar uma única reacção que se visse. Se o Brasil não tivesse chegado tão longe, nunca teria tido um resultado tão humilhante.
O que é curioso é que no Brasil os resultados do futebol costumam contar para a avaliação do mandato presidencial. Dilma Rousseff anunciou há quatro dias a sua recandidatura ao mandato presidencial, mesmo no fim do prazo. Pois eu acho que ontem ela acabou de perder as eleições.