O Prémio Pulhitzer/Sakhanov
Encurralado nas entranhas do seu distúrbio de personalidade, José Sócrates ainda não percebeu. Mas o movimento dos envergonhados é não só a estratégia possível para o PS, mas também aquela que mais lhe convém a ele próprio. A descolagem encenada do PS da figura de Sócrates é condição indispensável (embora eventualmente não suficiente) para tentar uma maioria expressiva nas legislativas. Uma maioria expressiva, desejavelmente absoluta, é condição indispensável (embora eventualmente não suficiente) para o PS poder mexer os cordelinhos necessários a que ninguém se magoe no Processo Marquês. O movimento dos envergonhados é como um xarope de óleo de fígado de bacalhau. Tem sabor intragável, a criança Sócrates esperneia quando o bebe, mas o pai extremoso PS sabe que no longo prazo lhe vai fazer bem. Assegurado esse contexto, e dando tempo ao tempo, chegará o dia em que se poderá pensar até numa reabilitação púbilica controlada. Criar, por exemplo, um prémio Pulhitzer ou Sakhanov para distinguir a vasta obra que Sócrates tem publicada ou a sua luta pela liberdade.