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Delito de Opinião

O precavido Camilo

João Pedro Pimenta, 13.01.25

O meu confrade JPT, num artigo que se aconselha, sobre a ida - e a cerimónia - de Eça para o Panteão Nacional, exprime no último parágrafo o receio de que Camilo Castelo Branco, ao completarem-se duzentos anos do nascimento, poss sofrer igual sorte. Mas desse destino está o autor de A Queda de Um Anjo a salvo. Por sua expressa e perpétua vontade (antes de se matar?), repousa no Cemitério da Lapa, no Porto, perto da escola onde Ramalho instruiu Eça e o coração de D. Pedro está guardado, sem receio de que o venham incomodar. Não fosse isto e já teria andado em bolandas entre o Porto, Samardã, Seide e o tal Panteão de Santa Engrácia, a não ser que os descendentes e órgãos deliberativos actuais sejam de tal forma insensíveis que não hesitem em violar esta sua vontade sagrada. É pouco provável, mas não impossível, se houver quem ligue mais aos restos mortais como "património cultural da nação" do que como pessoas (s)em carne e osso.

Pode ser uma imagem de monumento

Pode ser uma imagem de monumento e a texto que diz "Jazigo da Familia Freitas Fortuna, séc. XIX Capela com catacumbas, ao estilo neoclássico e com carneiro ao ar livre. Aqui repousam os restos mortais do escritor portugués Camilo Castelo Branco (1825-1890) 1825- Foi com seu fiel amigo, João António de Freitas Fortuna, que autor de Amor de Perdição partilhouo o desejo de ser aqui sepultado, implorando-lhe que nenhuma força ou consideração 0 demovesse de conservar nesta capela, ad perpetuam, as suas cinzas. A morte emenda todos os atos da vida. Camilo Castelo Branco"

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