O pesar
Um voto de pesar na Assembleia da República pelo falecimento de alguém não é a expressão de condolências pessoais, é um acto político. Como tal é perfeitamente legítimo, ainda que possa (erradamente) parecer antipático, votar contra a expressão política desse pesar. Belmiro de Azevedo foi um grande empresário português, um grande capitalista como antes se dizia, e também foi simbólico desta nossa via económico-social. Assim sendo é perfeitamente normal que o PCP, como adverso a esta via, vote contra a expressão política de um pesar pelo seu desaparecimento. É isto a política e a sua componente ideológica.
Agora o que não tem qualquer tipo de pertinência, o que é mesmo incompreensível porque inexplicável, é uma abstenção. Por outras palavras, ou sim ou sopas. E assim sendo este pequeno caso político, a posição da assembleia face à morte do empresário, mostra bem a vacuidade medíocre dos ... abstencionistas.