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Delito de Opinião

O museu dos intelectuais

Luís Naves, 12.07.24

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Deixou de existir espaço para especulações intelectuais, pois tende a ser equivalente a visibilidade das ideias pequenas e das grandes. Somos engolidos por uma vaga imensa de coisas novas ou de aparência nova, basta olhar para uma montra de livraria e lá estão, alinhados em fileiras intermináveis, regimentos de livros de aspecto idêntico, com capas parecidas, novidades e reedições, clássicos e cultura popular, numa miscelânea que torna a futilidade tão visível como o pensamento profundo. Como escolher nesta abundância? Os meios de comunicação vivem da quantidade, tal como os cardumes de peixe procuram a proteção do número. Os intelectuais eram os sábios que pensavam pela sua própria cabeça, mas esse exercício complica-se quando há até dificuldade em perceber quais são os factos em nosso redor. Aliás, ideias exóticas deixaram de ser bem acolhidas, sobretudo quando são lúcidas. A incerteza da realidade e a especialização amplificada não impedem ninguém de pensar o mundo, mas limitam o impacto das ideias novas. Melhor ficar em silêncio, para mais quando andam à solta tantas patrulhas do pensamento.

imagem concebida por IA, Night Café

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