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Delito de Opinião

O mundo às avessas

Pedro Correia, 27.07.16

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Jorge Coelho (militante do PS)

«Reconheço que nesta matéria serei um pouco conservador, mas já não estou em idade de mudar: as finanças públicas têm que ser sãs. Isto é uma questão central na vida de um país.»

«Sem finanças públicas sãs Portugal vai sofrer pesadas consequências no futuro.»

«Não pode haver nada que contribua para um descambar da despesa pública.»

«É preciso cumprir os compromissos com as instituições europeias. Estou a referir-me ao défice.»

«Vivemos momentos muito difíceis, no mundo, na Europa e em Portugal. As coisas na economia não estão a correr bem, temos de ser realistas.»

«Era muito importante que o crescimento da economia em Portugal estivesse a ser maior do que está a ser, estariam a crescer postos de trabalho, estaria a diminuir a despesa pública e a normalizar mais as contas da segurança social... Os ratios económicos não estão de acordo com aquilo que foi previsto.»

«O País não tem condições de produzir aumentos de salários reais. Tenho dúvidas de que deva haver qualquer aumento de salários.»

«O funcionamento da banca e das instituições financeiras é absolutamente vital e determinante para que um país seja normal a todos os níveis.»

«Não vai ser Bruxelas que vai fazer cair o Governo em Portugal. [Se o Governo cair] vai ser por dificuldades da plataforma política [que apoia o Governo].»

 

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Pacheco Pereira (militante do PSD)

«Tudo indica que o Governo vai cumprir o défice.»

«Ninguém diz que o Governo não está a cumprir os 3% [limite do défice]. Quem não cumpriu os 3% foi o Governo anterior.»

«Discutir 0,1% ou 0,2% para cima ou para baixo não são finanças sãs. É a utilização dos mecanismos de pressão para garantir políticas que eles consideram sãs.»

«Eu conheço a argumentação de que para diminuir as despesas do Estado tem que se controlar os salários, as pensões, as reformas... e depois dão-se milhares de milhões aos bancos.»

«Não é verdade que haja um isolamento das posições portuguesas. Uma parte importante das forças da União Europeia fazem declarações públicas a dizer que Portugal vai no bom caminho.»

«António Costa disse que a actual política europeia conduzia à estagnação. É importante que isto seja dito, porque é verdade.»

«A politica europeia é uma política de estagnação.»

«A Europa não cresce porque esta política não permite o seu crescimento.»

«As imposição europeias não servem o desenvolvimento de Portugal.»

 

Na Quadratura do Círculo (SIC Notícias), 21 de Julho

4 comentários

  • Sem imagem de perfil

    Costa 27.07.2016

    Terá alguma razão nisso que escreve. Mas não se ignore que essa empresa por cuja gestão Jorge Coelho passou era, é, uma empresa do regime. Condenada ao sucesso, até por ser preciosa como local de estágio de políticos em pousio, benévola travessia de deserto ou o que se lhe quiser chamar.

    Nada a ver com as empresas verdadeiramente portuguesas no que isso significa de aflição perante a rapina e sufoco fiscal, a inoperância da lei e dos tribunais (ou seu evidente alinhamento com o estado, se acaso este for parte), o império da burocracia estéril, a sobrevivência, enfim, numa economia que definha e perante um estado que, qual eucalipto, seca tudo à sua volta. Empresas onde ser patrão ou gestor não significa garantida e necessariamente carros de luxo, remunerações milionárias e influência pública. Significa sim ter o bom nome e os bens pessoais na primeira linha, e aprioristicamente, em caso de insucesso. Mesmo que sem qualquer culpa, mesmo que de plena boa-fé, mesmo quando esse insucesso resulta do frequente e impune incumprimento pelo estado das suas obrigações, sem que se disponha dos recursos para o enfrentar em longas e viciadas batalhas legais.

    Terá aprendido o que custa a vida, Jorge Coelho. Ainda assim de uma forma muito benigna.

    Costa
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 27.07.2016

    Tem razão. O que custa é ser patrão. Ser assalariado, como eu, é óptimo. Não faço nada (ou quase), tenho bom ordenado e nada de responsabilidades. Gozo a vida. Coitados dos patrões , fartam-se de esfolar e passam mal.
  • Sem imagem de perfil

    Costa 28.07.2016

    Assalariado sou e vejo todos os meses uma parte verdadeiramente ofensiva e cada vez maior do meu salário amputada por um estado que funciona mal, serve fundamentalmente para distribuir sinecuras pela sua clientela, e sobre o meu rendimento sobrante aplica ainda toda a sorte de taxas e impostos.

    É curioso que eu consigo invocar as dificuldades de alguns - a maioria creio poder dizer, por estes tempos - dos "patrões" (ui, coisa terrível!), sem questionar as dificuldades, méritos e legítimos direitos e expectativas dos empregados. Você, todavia, tentando mas não conseguindo o disfarce de uma ironia que falha redondamente, reduz liminarmente o patronato (em sentido lato, nele incluindo a gestão assalariada), a um grupo de malfeitores a castigar sem piedade nem fim à vista. Nada como a nacionalização integral da economia, presumo.

    Quanto ao poder desmesurado de algumas empresas verdadeiramente de regime, à sua infiltração nas decisões políticas e económicas, ao medo que verdadeiramente metem aos nossos políticos, aos nossos governos, ao nosso regime, isso nem uma palavra lhe merece. E todavia talvez a sua condição de assalariado fosse melhor se elas não tivessem essa capacidade.

    Costa
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