O monopolista
O PCP, que se proclama partido "antimonopólios", apresenta sempre o mesmo candidato a todas as eleições. Sejam autárquicas, sejam europeias, sejam presidenciais. É o delfim de Jerónimo de Sousa, que anda há tantos anos a fazer rodagem para a sucessão que qualquer dia já chega lá vencido pelo cansaço e com um longo currículo de derrotas eleitorais, tantas são as provações a que a velha guarda da rua Soeiro Pereira Gomes o submete.
Chega a ser ridículo.
Em 2013, João Ferreira foi o candidato do PCP à presidência da Câmara de Lisboa. Quatro anos depois, voltou a encabeçar a lista à mais emblemática autarquia do País.
Em 2014, foi o candidato do PCP ao Parlamento Europeu, onde já tinha assento desde 2009, liderando nesse ano a lista comunista. Em 2019, voltou a figurar no topo da lista à eurocâmara.
Em Janeiro deste ano, João Ferreira - já eurodeputado e vereador, além de membro do Comité Central - candidatou-se com o patrocínio do PCP a Presidente da República, com um resultado certamente decepcionante para quem o lançou: conseguiu apenas 4,3%, correspondendo a escassos 180 mil votos recolhidos nas urnas.
Agora, sem surpresa para ninguém, volta a representar os comunistas na eleição para a presidência da Câmara de Lisboa. Como se não houvesse mais ninguém lá no partido que possa concorrer seja para o que for.
Vão sempre buscar o mesmo, como aqui escrevi em Setembro de 2020.
O monopolista. Eterno estagiário para secretário-geral do PCP.