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Delito de Opinião

O meu Rosebud era um canguru

Pedro Correia, 18.09.16
 

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Sempre gostei de séries com animais. A minha infância esteve cheia delas. Lembro-me: havia um golfinho chamado Flipper, um leão chamado Daktari, um cavalo negro chamado Fúria, até um urso pardo chamado Gentle Giant.
Mas, entre as séries que a RTP exibia nas tardes de fim de semana, nenhuma me seduziu tanto como esta - produzida entre 1966 e 1968 pela CTVA australiana - que tinha um canguru como personagem principal. Chamava-se Skippy, este marsupial que seguia o jovem dono como se fosse um cão. Foi quanto bastou para sentir uma vontade enorme de ter também um bicho destes. O problema é que cangurus livres como o vento só existem na Austrália - talvez por isso os do Jardim Zoológico de Lisboa nunca me despertaram interesse.
Se não podiam vir eles cá, fui eu lá. Um dia, nos arredores de Darwin, já a cidade cedera lugar à savana, aconteceu um momento mágico: um canguru veio ao meu encontro. Livre e solto como o vento. Lá estava ele - o "meu" Skippy. Demorou-se só o tempo necessário para lhe disparar uma fotografia e logo me virou as costas, indo à sua vida. Mas bastou este momento para justificar a minha primeira deslocação à Austrália.
Ainda hoje penso naquele momento mágico. E logo me vêm à memória os versos do tema musical da série: "Skippy, Skippy, Skippy the bush kangaroo / Skippy, Skippy, Skippy a good friend true."
Desconfio que não preciso de procurar mais: o meu Rosebud é mesmo este.