O maior angariador de membros da NATO
Consuma-se o alargamento da NATO com a adesão da Finlândia e da Suécia, países que permaneciam neutrais há longos anos, por motivos diferentes, e agora desejam aderir à Aliança Atlântica para esconjurar a ameaça russa. Finlandeses e suecos rejeitam hoje ser os ucranianos de amanhã.
Em Helsínquia, por imperativo constitucional, a decisão foi ontem submetida a voto do parlamento. Com aprovação esmagadora: 188 favoráveis e apenas oito contra, havendo três deputados ausentes. Quase unânime.
Em Estocolmo, a decisão do Partido Social Democrata, que encabeça a coligação governamental, foi aprovada pela principal força da oposição. A primeira-ministra Magdalena Andersson protagonizou ontem uma conferência de imprensa conjunta com Ulf Kristersson, líder do Partido Moderado. Ambos deixaram claro que Governo e oposição convergem no pedido de adesão à NATO, numa inversão radical de 73 anos de assumida rejeição sueca da Aliança Atlântica.
O alargamento deverá ser confirmado na cimeira da NATO a decorrer no próximo mês em Madrid, mantendo-se a regra da aprovação por unanimidade apesar das actuais objecções da Turquia, que deverão ser ultrapassadas.
Novas derrotas para Vladimir Putin. O ditador russo, no seu frenesim imperialista, alegou a «crescente ameaça da NATO» como pretexto para invadir a neutral Ucrânia em Fevereiro. Tinha então quatro vizinhos membros do bloco político-militar euro-atlântico: Polónia, Estónia, Letónia e Lituânia. Passa a ter mais dois. Precisamente a Finlândia, ao longo de 1340 quilómetros de superfície terrestre, e a Suécia, com a qual partilha fronteira marítima no Báltico.
Devia ser louvado no quartel-general da NATO, em Bruxelas. Tornou-se no maior angariador de membros para a organização.
Votação electrónica, ontem, no parlamento de Helsínquia