O legado da geringonça
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Excerto da capa do Correio da Manhã de 21 de Dezembro de 2020
Já aqui escrevi sobre como a ausência de cautela é imagem dos governos de Costa. A geringonça foi uma invenção para distribuir riqueza que afinal não existe. Se alguém lhes perguntasse a que critérios recorreram para todas a medidas que tomaram no passado, diriam que estavam certos de que o diabo nunca se atreveria a estragar-lhes os planos.
Recorrendo à comparação da moda, na Suécia por exemplo, e para fazer face às consequencias económicas pandemia, foi instituído um regime de trabalho a tempo parcial, que pode reduzir as horas de trabalho em 20%, 40% ou 60% — com o governo a assegurar 75% da remuneração, ficando os restantes 25% a cargo dos empregadores e empregados. Logo em Março o governo anunciou medidas com impacto financeiro superior a 29 mil milhões de euros, onde se incluía o adiamento de um ano dos pagamentos à Segurança Social e de IVA.
Por cá a salvação será o donativo extraordinário a que chamaram Bazuka, e para que este não se atrase até fingimos que não reparamos que na Hungria se encerram universidades por criticarem o governo, se perseguem jornalistas e se mandam para a reforma juízes por se atreveram a ser independentes do poder político. Os princípios são uma coisa muito bonita, mas os fins são bem mais apelativos.
Entretanto o PIB per capita português (em paridade de poder de compra) desliza ano após ano para o fundo da tabela da UE. Ainda temos a Bulgária como guarda-costas mas veremos por quanto tempo.
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Considerando que fomos governados pelo PS em 19 dos últimos 25 anos, importa perguntar até que ponto teremos de chegar para que os portugueses sintam necessidade de tentar algo diferente?

