O Eixo
Putin, caudilho de um regime sem mulheres. Tenebrosamente só
Cada qual a seu modo, quatro mulheres mandam hoje na Europa: a alemã Ursula Von Der Leyen (ontem reeleita por larga margem para novo mandato como presidente da Comissão Europeia, muito acima dos 360 votos necessários), a maltesa Roberta Metsola, recém-reeleita presidente do Parlamento Europeu, a estónia Kaja Kallas, nova chefe da diplomacia comunitária, e Giorgia Meloni, que desde Outubro de 2022 chefia o Governo de Itália, terceira maior economia do euro.
De famílias políticas diferentes, têm um traço comum: expressam intransigente apoio à Ucrânia, vítima da guerra de agressão que lhe move Moscovo.
Formam um contraste gritante com a ditadura russa, sistema sem mulheres, sistema de um homem só. Tenebrosamente só.
O contraste torna-se ainda mais evidente quando reparamos nos aliados internacionais de Putin. O Eixo Moscovo-Minsk-Pequim-Teerão-Pionguiangue é formado em exclusivo por homens. «De barba rija», como diria um major-general putinófilo que ainda pontifica numa canal televisivo.
Até nisto o caudilho do Kremlin navega contra a História. Rumo a um passado ancestral que nada tem a ver com o nosso tempo.