O comentário da semana
«1. É evidente que se um fogo florestal estivesse a passar da área de um concelho para outro, a "operação", como eles dizem, teria que ser coordenada a um nível superior; e quem diz entre concelhos, diz entre freguesias;
2. É certo que muitas freguesias e muitos concelhos do interior têm perdido população, mas também é verdade que são os autarcas, porque ali residentes, quem melhor conhece os terrenos, os caminhos, etc.;
3. As autarquias locais não têm os meios financeiros necessários para combater incêndios, mas deviam ter, digo eu. A propósito, a melhor maneira de "combater" os incêndios florestais é fazendo prevenção, e esse encargo estava e está em grande medida entregue às Câmaras Municipais (CM); o que me parece é que as CM pouco se têm preocupado com essa questão – os bons exemplos são meras excepções; e também me parece que as Juntas de Freguesia poderiam desempenhar, neste particular, um papel importantíssimo, sobretudo na limpeza de caminhos e aceiros;
4. Todavia, raras são as Câmaras que possuem corpos de sapadores florestais e muitas desviam os subsídios que recebem para esse efeito para gastos de outra natureza, muitas vezes supérfluos;
5. Sem desprimor para os bombeiros na generalidade, quase acho criminoso envolver bombeiros citadinos no combate aos fogos florestais, não raras vezes transformando-os em vítimas inocentes, perdendo alguns a própria vida;
6. E saiba que considero uma tontice querer apagar fogos florestais que atingem uma grande dimensão. Esses fogos apenas podem ser controlados, normalmente com recurso a equipamento pesado, e coordenados por quem sabe do ofício e não por agentes bem-avontadados, alguns meros curiosos. Neste capítulo, Portugal está a desperdiçar energias em demasia, que seriam muito melhor aplicadas na prevenção.»
Do nosso leitor Tiro ao Alvo. A propósito deste meu texto.