O comentário da semana
«Dizia alguém que a mente do homem serve para esquecer.
Ora num país maravilhoso, rico, anafado, lustroso de tanta gordura, nada pior que estas mortes para estragar o espectáculo desta geringonça cada vez mais trôpega.
Tenho alguns projectos apresentados às entidades competentes para "Melhoria da resiliência da floresta", nome pomposo para a "coisa". O projecto tem um custo total de 13 mil euros, dos quais só 85% é comparticipado.
Mas nem esses 85% recebo porque não reúno as melhores condições para ser ressarcido. Porque a criação de caracóis é muuuuuuuuuito mais importante para a economia portuguesa...
O dinheiro, esse já o gastei porque não quero ver as oliveiras e os sobreiros do meu pai novamente totalmente queimados como aconteceu em 2005.
E o curioso é que fiz uma queixa por escrito à Provedoria de Justiça, por a Autoridade PRD2020 nunca ter tido o devido cuidado de me informar como andava o processo, e recebi daquela entidade uma resposta lacónica e quase a culpar-me de eu estar a tratar as terras sem a respectiva autorização.
Obviamente, levaram resposta.
Por isso em Portugal também só se morre desde que a geringonça deixe. Ninguém está autorizado a morrer assim sem mais nem menos.
Só por decreto.
Termino com uma célebre frase: "A morte de um homem é uma tragédia, a de um milhão é uma estatística".»
Do nosso leitor José da Xã. A propósito deste meu texto.