O comentário da semana
«Num certo sentido, a Suíça é a verdadeira Europa»
«A Suíça formou-se tardiamente, nas zonas mais ricas e mais requintadas de quatro países — e que sintetizou as melhores experiências de todos eles. E foi sempre tida como neutra, porque no meio das guerras é preciso um porto seguro, para onde pessoas e riquezas possam escapar.
Nesse sentido, a Suíça é a verdadeira Europa.
Se não estivessem agrilhoados pelo esquerdismo internacional, mais países (os que não são centrais no desenvolvimento tecnológico) poderiam ter-se aproximado desse estatuto de paraíso financeiro e de serviços e produtos de alta qualidade.
Portugal não, porque tem comunistas e brutamontes a mais para que qualquer coisa resulte — mas a Irlanda e o Benelux estão lá perto e a Islândia tentou-o até 2011. Esta gente ainda não percebeu que, para haver riqueza e os países serem dinâmicos, e haver menos corrupção, o lugar do dinheiro é na rua, não é em aforros nem nos cofres dos estados. Quando oiço Bugalho defender que "nós no PSD sempre defendemos maior transparência financeira e não somos favoráreis a off-shores" (hum... ele entrou lá ontem, 15 dias atrás afirmava que tinha escolhido o jornalismo e não a política... mas okay...), começo logo a ranger os dentes.
Um dos maiores problemas à sustentabilidade da Europa é a complexidade da sua construção. Começa a fazer falta uma revisão, uma reforma de toda aquela papelada infernal que cria o espaço para que só "especialistas" dominem na realidade os mecanismos políticos. Apesar de manter ainda os seus princípios de transparência e de segurança para com os seus cidadãos, a Europa à medida que se expande para Leste começa a ter velocidades diferentes a mais e a perder eficácia perante as possiblidades crescentes que a complexidade legislativa fornece aos corruptos. Um corrupto não é mais do que aquele que "simplifica" a vida a alguém.»
Do nosso leitor V. A propósito deste meu texto.