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Delito de Opinião

O comentário da semana

Pedro Correia, 03.05.20

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«Então vamos lá a ver a coisa de modo racional e mais prático.

Tudo bem, a economia tem de funcionar, há que deixar viver e trabalhar.

Em que é que o dito "pânico" que se vende contraria a realidade factual de um vírus altamente contagioso cujos efeitos nem estão previstos antes de o apanhar?

Dou apenas uns poucos exemplos que não sei como conseguem equacionar:

1 - Transportes públicos. Há muita gente em crise de sobrevivência para a qual se vai colocar o dilema - arriscar ou não arriscar usar transporte público, não tendo carro nem outra forma de se deslocar para o trabalho.

2 - Que fazer no caso de quem vivia a cuidar de idosos ou a fazer limpezas e pura e simplesmente foi dispensada por real receio de quem precisava e preferiu duas coisas - ser a própria família a tratar dos parentes; serem os próprios a fazerem a limpeza? Neste caso conheço várias pessoas e nem contrato têm. Dou guarida gratuita a uma delas e, eu própria, fui dispensada de um trabalho que fazia para o Estado, a recibos verdes.

3 - Como se pode afirmar que o contágio depende apenas de higiene ou cuidados pessoais e nem vai piorar, se, por exemplo, mesmo com o confinamento, ainda ontem o presidente do BCP informou que nos seus balcões de atendimento ao público (restrito em confinamento) tiveram 24 casos de covid nos seus funcionários? Podia repetir casos de supermercados e por aí fora.

4 - Posso também fazer a pergunta ao que se apresenta como alternativo: as infinitas doenças e tratamentos protelados nos hospitais e centros de saúde.

Pelo simples motivo - o coronavírus continua. Contamina. Contamina muitíssimo em ambiente hospitalar. Tal como sempre contaminaram e mataram as próprias bactérias hospitalares.

Como se imagina que, em deixando de haver confinamento, este perigo real desapareça por efeito de doutrinação (ou pura mentira às pessoas)

Eu vejo o caso como paradoxo e de forma muito pessimista. Não é negando a perigosidade que se vai conseguir vencer o que se está a viver.

Como também não é ficando fechado em casa que se pode sobreviver, excepto se for funcionário público ou reformado.»

 

Da nossa leitora Zazie. A propósito deste texto da Teresa Ribeiro.

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